Crise no Bolsa Família prejudica estados Nordestinos. Segundo um levantamento realizado pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), na Bahia, mais de 60 mil benefícios foram cancelados em menos de um ano. De acordo com os dados, a região recebeu apenas 1.123 novos cadastros em janeiro, quando, somente em Salvador, há mais de 150 mil famílias dependentes.

Desde o início da operação pente-fino, no ano passado, o projeto vem encontrando dificuldades para a atualização e aceitação dos beneficiários.
Sobre esta questão, a Secretaria Municipal de Promoção Social (Sempre), afirma que não há a aprovação de novos benefícios há praticamente 12 meses.
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“Infelizmente, eles [Governo Federal] falam duas coisas: primeiro, que não tem recursos, e segundo, que vão reformular o programa. Mas enquanto eles vão reformular o programa, a gente está assistindo uma desproporção entre estados ricos, que têm o menor número de pessoas em extrema pobreza e estão recebendo muito mais do que os estados do Nordeste, que tem quase um milhão de pessoas em extrema pobreza. Então não é falta de recursos, é falta de prioridades”, ponderou o titular da SJDHDS, Carlos Martins.
Motivos da crise do Bolsa Família na Bahia
De acordo com a Sempre, desde março de 2019, o governo federal vem alegando que não há a possibilidade de aceitação de novos perfis. Além do pente fino, uma das causas diz respeito a falta de orçamento, segundo o ministério da cidadania.
No entanto, nota-se a liberação de recursos para cidades com o índice de pobreza menor, como Rio de Janeiro e São Paulo, o que os faz questionar se a questão é, de fato, um problema financeiro ou falta de prioridade.
Atualmente, na Bahia há mais de 175 mil pessoas aprovadas no cadastro único aguardando a aceitação do ministério. O número abrange, inclusive, aqueles que já eram beneficiários e tiveram os valores retidos por causa da fiscalização.
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“Na medida em que alguns beneficiários atingem condicionalidades que não são compactuadas pelo programa, essas pessoas saem e outras são inseridas. Isso acontece de forma automática. Agora, novos cadastros o Governo Federal não tem liberado e não tem previsão de quando fará isso”, explicou o secretários de desenvolvimento social de Feira de Santana, Pablo Roberto.
A ajuda de custa vinda do programa é usada para complementar a renda de 13 milhões de brasileiros, ao todo. O objetivo é usar esses recursos para compra de alimentos, remédios, roupas e manter os direitos de sobrevivência dos inscritos.