Tabela de fretes rodoviário recebe fortes críticas em setor da indústria

Após a confirmação de adiamento do julgamento que reformula a tabela de fretes rodoviário, sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF), setores da indústria vem se mostrando insatisfeitos com os valores aplicados e solicitam um novo posicionamento do governo federal para a atualização das cobranças.

Tabela de fretes rodoviários recebe fortes críticas em setor da indústria (Imagem: Reprodução - Google)
Tabela de fretes rodoviários recebe fortes críticas em setor da indústria (Imagem: Reprodução – Google)

Entre as entidades envolvidas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) reforçou sua posição contra o poder público, alegando que o atual cenário deverá impactar na economia nacional.

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A Lei 13.703, de 2018, responsável por instituir a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, determinou que as taxas exigidas devem ser baseadas a partir dos custos operacionais totais do transporte, formulados por meio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), com priorização dos custos referentes ao óleo diesel e aos pedágios.

O cálculo leva em consideração a quilometragem rodada, considerando a distância e peso da carga. Além disso, a depender da variação do preço do óleo e do diesel, há um acréscimo de aproximadamente 10% a depender do aumento dos combustíveis.

Ao estudar a tabela de fretes rodoviário, a CNI mostrou que é preciso que tais valores sejam atualizados, pois o modo de funcionamento da taxação vem resultado em despesas para o próprio governo, que precisa gastar mais para realizar as ações de fiscalização.

Armando Castelar, diretor da Fundação Getulio Vargas, explica que a cobrança apresenta irregularidades tanto por parte da indústria quanto por parte do poder público.

Além de a tabela distorcer a economia, gasta dinheiro público com fiscalização. Há inclusive alertas feitos pela própria ANTT [Agência Nacional de Transporte Terrestre], no sentido de que esse tabelamento aumentaria a informalidade, incentivando uma espécie de mercado negro”, alertou.

Já o presidente-executivo da Associação Nacional dos Usuários de Transportes de Carga (Anut), Luís Henrique Baldez, afirma que as taxas não correspondem com a realidade das cargas transportadas.

Qualquer tabela é impossível de ser construída e aplicada. O que existe é uma tentativa de se criar determinados valores para determinados tipos de carga que não refletem adequadamente todos produtos”.

A CNI sugeriu que a tabela passasse por uma reformulação, sendo utilizada apenas como referência para a taxação dos fretes e não de forma obrigatória.

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Histórico de modificações na tabela de fretes rodoviário

A atual tabela está em vigor desde o governo do presidente Michel Temer (em 2018). Durante seu processo de tramitação, o país vivenciou uma das maiores greves de caminhoneiros de sua história.

Com duração de 11 dias e impactos de milhões na economia nacional, o manifesto dos caminhoneiros desabasteceu os mais diversos setores da indústria.

Desde de então, a negociação feita continua em vigor, através da Medida Provisória 832/2018, convertida na Lei 13.703/2018, e pela Resolução 5.820/2018, da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) que regulamentou a proposta.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.