Apesar dos anúncios de reformulação, o Bolsa Família 2020 vem vivenciando uma crise em seu funcionamento. Com a redução do orçamento, o programa está acumulando uma fila de espera de mais de 1 milhão de famílias. Os brasileiros, já registrados no Cadastro Único, mesmo correspondendo as exigências do ministério da cidadania, estão tendo sua aprovação barradas.
A cada três cidades mais pobres do país, uma ficou sem acesso aos benefícios. Isso porque o valor de R$ 30 milhões reservados não custeia nem mesmo as mudanças propostas pelo presidente Jair Bolsonaro, que sugere o aumento dos auxílios.
A última vez em que a fila de espera do Bolsa Família se estendeu foi em julho de 2017, sob o governo do até então presidente Michel Temer. Questionado sobre o entrave, Osmar Terra, ministro da cidadania, explicou que a situação deverá ser condida em breve.
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Ele alega que o motivo da suspensão de novos beneficiários diz respeito a ação de fiscalização dos cadastros já existentes. Nomeada de pente-fino, a medida vem revisando os dados dos beneficiários desde 2019, com o objetivo de desligar aqueles que estão irregulares.
Osmar defende que com o fim da revisão, poderá aceitar novos brasileiros. Entretanto, ressalta que será preciso esperar para que isso aconteça. O ministro explica que a aceitação de novos dados dificultará nas análises já em andamento.
Segundo ele, o desligamento dos brasileiros que estão recebendo as bolsas de forma errada resultará também em um acréscimo no orçamento do projeto.
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Na última sexta-feira (7), um grupo de deputados do PSOL enviou um requerimento para convocar o ministro a um debate no plenário sobre o assunto. Se a convocação for aprovada, Terra será obrigado a comparecer.
Sobre o Bolsa Família
Trata-se do principal projeto social brasileiro. Atualmente, o programa beneficia mais de 13,5 milhões de famílias que vivem em situação de pobreza ou extrema pobreza.
Para poder ser um beneficiário, é preciso ter uma renda máxima de até R$ 89 por pessoa e estar devidamente registrado no Cadastro Único. Os valores dos benefícios variam de acordo com a situação social, quantidade de familiares dependentes, faixa etária e mais.