Em meio às problemáticas relacionados a fila de espera para concessão de benefícios da Previdência social, o novo presidente do INSS assumiu a direção e já fez o seu primeiro posicionamento oficial sobre o cenário que o Instituto vive.
Leonardo Rolim é o novo presidente do INSS. Em entrevista ao Globo, o profissional detalha que órgão precisa de menos servidores efetivos do que a quantidade existente hoje e que é necessária uma mudança do perfil desses servidores.
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Esta mudança surge com o preceito de intensificar o uso do digital frente a realização de serviços comuns, como ingresso e do processamento de novos benefícios, decorrente do chamado INSS Digital.
O diagnóstico foi feito por Rolim junto à sua equipe no Ministério da Economia, pouco antes de ser anunciado como o novo presidente do INSS. De acordo com estudo, o modelo existente hoje está superado e, por esta razão, não houve nem deve haver novas contratações.
Somente em 2019, mais de seis mil servidores do INSS se aposentaram, diante da possibilidade de recebimento integral de uma gratificação, conforme levantamento da Secretaria de Previdência.
O novo presidente detalha que o INSS Digital, ao permitir a entrada irrestrita de novos pedidos por benefícios fez com que uma fila que já existia e não era visível ficasse mais clara, e como consequência, o grande número de pessoas a espera do benefício.
As avaliações feitas por Rolim também pontuam que os solicitantes sequer davam entrada nos pedidos, isto porque não era possível ser atendidos presencialmente e, nesta opção, não apareciam nos dados estatísticos.
Vale ressaltar que a consolidação dos atendimentos digitais é recente, acontecendo apenas em julho do ano passado. Sem gente para analisar os benefícios, a fila ganhou os contornos da crise que eclodiu no fim do ano.
Ainda de acordo com o novo presidente, atualmente já existe uma capacidade de análise superior à demanda e que, por isso, a fila estaria diminuindo.
Ele ainda se mostra a favor da contratação temporária de sete mil servidores para acelerar essa redução da fila. Estes profissionais iram atuar no atendimento presencial. Com isto, haveria um remanejamento de 2,1 mil analistas do INSS para a fase de concessão.
Antes de assumir a presidência, Rolim foi secretário de Previdência do Ministério da Economia. Na última terça-feira (28), após a demissão do antigo presidente Renato Vieira, Leonardo foi anunciado no cargo.
A decisão foi anunciada pelo secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho. E foi considerada por alguns interlocutores internos do governo como uma resposta à crise no qual o órgão encontra-se.