O programa popular de transferência de renda no país voltou a sofrer com um problema antigo, o acúmulo de pedidos de benefícios. A fila de espera não acontecia há algum tempo, fato que gera dúvidas sobre o início de uma possível crise no Bolsa Família em 2020.
Desde o mês de junho de 2019, a fila de espera pela concessão do benefício passou de zero, no qual se encontrava desde o ano de 2018, para 494.229 famílias.
Veja também: Governo antecipa FGTS e Bolsa Família para vítimas das chuvas em MG e ES; veja como receber
Esse é o maior número desde o ano de 2015, no qual mais de 1,2 milhões de famílias aguardavam pelo auxílio.
O Bolsa Família é um benefício que foi criado no ano de 2003, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a junção de outros programas.
O objetivo é fazer uma transferência direta de renda e atender as famílias que se encontram em situação de extrema pobreza e de pobreza por todo o país. Para isso, os inscritos devem ter como renda bruta R$89,00 à R$178 por pessoa.
Entre o mês de janeiro do ano de 2018 até maio de 2019, a média mensal de benefícios que foram concedidos foi de 261.429.
Apesar disso, no mês de junho, esse número teve uma queda drástica, ficando em 5.667 até hoje. O que não indicou necessariamente o início de uma crise no Bolsa Família em 2020.
De acordo com nota do Ministério da Cidadania, enviada ao jornal o Globo, essa queda nos pedidos é justificada pelas questões orçamentárias e também fazem parte do combate às fraudes.
Além disso, foi citada uma reformulação no programa, que está em curso na Esplanada. A medida foi anunciado desde o final do ano passado pelo governo.
De acordo com técnicos do setor, a redução fez com que a entrada de famílias que deveriam acontecer em até 45 dias após realizar a inclusão e análise dos dados inseridos no Cadastro Único, passassem a ser de até seis meses.
A fila voltou por conta do enxugamento dos beneficiários no primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro, nesse período o programa chegou a atingir o maior número de famílias assistidas, desde que foi criado.
No mês de maio, cerca de 14,2 milhões de famílias recebiam um rendimento médio de R$190. Apesar do governo ter concedido o pagamento do 13º salário aos beneficiários, o programa está encolhendo a cada mês.
Em dezembro foi registrado o menor alcance desde o ano de 2011. Chegando a atender em média 13,1 milhões de cadastrados.