Salário dos professores vai aumentar, mas prefeituras vão conseguir pagar? Entenda 

O salário dos professores deve ser reajustado em 12,84%, neste ano. Isso trouxe um gasto inesperado para governadores e prefeitos. Será que as prefeituras irão conseguir arcar com esses pagamentos?

Salário dos professores vai aumentar, mas prefeituras vão conseguir pagar? Entenda 
Salário dos professores vai aumentar, mas prefeituras vão conseguir pagar? Entenda

Na próxima terça-feira (28), os secretários da Fazenda estaduais irão discutir sobre o assunto. Essa discussão reaparece de tempos em tempos por causa da fórmula realizada para o aumento do piso do magistério.

Acreditando que podem ser atualizadas pelo governo federal sem que os estados possam se antecipar à medida. 

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Neste ano, o assunto deve ganhar ainda mais contorno político por conta das eleições municipais que irão ocorrer em outubro. 

No mesmo dia, os secretários devem debater o questionamento judicial do novo piso para o salário dos professores. 

Até dezembro, a expectativa utilizada nas previsões orçamentárias dos Estados e municípios, era de que o aumento ficasse em menos da metade, atingindo 6,23%. 

Esse percentual que será aplicado neste ano, é o maior desde o ano de 2015, quando o aumento atingiu 13,01%. Isso resultou em um salário inicial de R$2.888 para os professores. 

Para estabelecer esse percentual, o Ministério da Educação (MEC) realiza o cálculo com o crescimento do valor do salário mínimo de investimento por aluno de dois anos anteriores, ou seja, nos anos de 2018 e 2019.

No entanto, esses valores serão revistos antes do reajuste final, que normalmente é definido no mês de janeiro.

Foi isso que aconteceu agora, quando uma portaria, que foi publicada em 23 dezembro de 2019 e assinada pelos ministros da Economia e da Educação, Paulo Guedes e Abraham Weintraub, respectivamente, levou o aumento de dois dígitos. 

Apesar disso, os municípios serão os mais prejudicados, já que dependem mais do repasse realizado pelo governo.

Em entrevista ao jornal o Valor o presidente da Confederação Nacional de Município, Glademir Aroldi, comentou sobre isso e acha que os prefeitos deverão tomar uma decisão difícil.

“Muitos prefeitos vão ter de decidir entre descumprir a lei do piso ou a de responsabilidade fiscal”, afirmou.

De acordo com a CNM, a despesa de pessoal no conjunto dos municípios pode chegar a  R$8,7 bilhões. Porém se trata de uma estimativa, e alguns municípios podem ter um impacto menor ou quase nenhum.