O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), já havia estudado e apontado há pelo menos seis meses a necessidade de contratar novos servidores para que as filas de benefícios fossem zeradas. A informação foi repassada pelo Jornal O Globo após ter acesso a um documento produzido pelo próprio INSS.
Seriam necessário ao menos 13,5 mil novos servidores para atender os 1,4 milhões de processos que eram estimados, a informação foi registrada em um documento oficial do órgão, mas não foi o suficiente para que o problema fosse resolvido.
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Porém, a crise ganhou novos números, já que os processos aumentaram para 2 milhões no início deste ano, o que fez aumentar ainda mais o tempo médio para a aprovação do benefício.
Esse número de servidores seriam necessários para a análise dos pedidos, com isso o prazo de 45 dias seria respeitado.
Além disso, essa contratação seria equivalente a quase o dobro dos militares da reserva, que serão 7 mil prometidos pelo governo para tentar reduzir a fila.
A medida precisa ainda da edição de um decreto pelo presidente Jair Bolsonaro. Os servidores de área previdenciária criticaram essa ideia do governo, principalmente por estar focada no atendimento presencial, enquanto o problema está na digitalização do processo de requerimento e análise de benefícios.
Em uma resolução publicada no Diário da União em 26 de julho de 2019, as informações sobre a necessidade de servidores foi detalhada. Porém, o anexo foi retirado do diário oficial e foi publicada apenas nas redes internas do INSS.
A parte em que se trata da necessidade de mais de 13,5 mil servidores foi reproduzido em uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), que foi concluída no mês passado.
“Seriam necessários mais de 13,5 mil servidores para atender a demanda de novos requerimentos no prazo legal, além do estoque apurado”, cita o anexo da resolução, de acordo com o relatório da CGU.
Esse número fez parte de um estudo interno que embasou a edição da resolução em julho. De 24 mil servidores do Instituto, apenas 3,4 mil, ou seja 14% atuavam apenas para analisar os benefícios.
Dados do INSS mostraram o aumento no tempo de espera para o benefício do ano de 2019, de 65 dias em janeiro para 86 em agosto. Um acréscimo de um terço no tempo de espera.