O sonho da casa própria tornou-se mais fácil para os brasileiros. Graças aos cortes na taxa básica de juros e a redução do custo de financiamento concedida pelos bancos, a portabilidade do crédito imobiliário está sendo cada vez mais procurada nas instituições financeiras. Segundo dados do Banco Central, somente entre janeiro e novembro de 2019, a modalidade somou mais de R$ 1,46 bilhão.
Tal número, se comparado com o mesmo período em 2018, representa um acréscimo de 175,43%. Apenas em novembro de 2019, mais de 1.094 mutuários da casa própria transferiram dívidas.
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O valor total da modalidade aplicada pelas instituições financeiras somou mais de R$ 250,8 milhões, apresentando um aumento de 367,02% em relação ao mesmo mês de 2018. Até então, a média das taxas cobradas em novos financiamentos eram de 7,2% ao ano.
Segundo os especialistas, o crescimento deve ser associado ao fato de que agora está mais barato dar entrada em um financiamento, despertando o interesse de muitos que tinham a solicitação de crédito imobiliário como um projeto futuro.
Por meio da portabilidade do financiamento, que representa a troca do banco financiador, é possível que o consumidor reduza os valores das parcelas, tornando o empréstimo ainda mais atraente.
É válido ressaltar que para os bancos trata-se de um mercado em acessão, por isso as instituições devem trabalhar cada vez mais para atrair clientes com antigos contratos de financiamento imobiliário.
Segundo o chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor) do BC, João André Calvino Marques Pereira, os números positivos devem ser relacionados ao desenvolvimento econômico nacional.
“Temos uma melhora da economia, que se reflete na oferta de imóveis e de crédito imobiliário. A redução da taxa de juros teve impacto na queda da taxa das operações de crédito”, afirmou.
Já o economista José Dutra Vieira Sobrinho, especialista em Matemática Financeira, explica que o crescimento da portabilidade deve ser relacionado à baixa dos juros, fator importante na hora da negociação.
“A portabilidade cresceu em função da queda dos juros, mas há também uma atitude mais agressiva dos bancos. O banco tem muito interesse em atrair o cliente. Quem entra em um financiamento habitacional se torna consumidor de longo prazo de outros produtos.”