De acordo com a última pesquisa do SPC, um terço dos usuários de cartão não sabe o seu limite e 93% admitem o risco de gastar mais do que podem. Por este motivo, muitos brasileiros acabam entrando no tão temido cheque-especial, sem saber, geralmente, que estão pagando taxas altíssimas. Desde 6 de janeiro deste ano, os bancos podem cobrar, como limite máximo 8% de juros neste tipo de crédito, e a maioria das instituições financeiras optam por este valor.
De acordo com uma pesquisa do Procon São Paulo, realizada em 8 de janeiro de 2020, os maiores bancos brasileiros estão praticando o teto em cobranças do cheque-especial permitido por determinação do Banco Central.
Ainda segundo o levantamento, a única instituição que foge à regra é o Banco do Brasil, com 0,01% de diferença, ou seja, cobrando 7,99%.
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Apesar de parecerem altas agora, estas taxas já foram piores. Na pesquisa anterior do Procon, feita em dezembro de 2019, a taxa média do cheque especial dos bancos pesquisados foi de 12,57% ao mês.
Desta forma o Comitê Monetário Nacional alcançou o seu principal objetivo: reduzir o valor de cobrança do mercado.
Regras do cheque-especial
Com tantos brasileiros recorrendo a esta modalidade, o Banco Central precisou delimitar regras para a cobrança do cheque-especial. Elas são:
- O banco precisa avisar o correntista sempre que entrar no cheque especial;
- Ao utilizar mais de 15% do limite deste crédito em 30 dias seguidos, o correntista precisa receber do banco uma alternativa de crédito com juros menores;
- No extrato bancário, o limite do cheque especial deve vir separado. Esta medida tenta facilitar a leitura do cliente, que pode confundir o valor com seu o saldo disponível na conta corrente;
- O cliente tem direito de negociar sua dívida o banco.
Outras taxas
Fique atento! Além da cobrança de 150% ao ano no cheque especial, o que equivale aos 8% mensais, o Banco Central também permitiu que os bancos cobrem 0,25% em transações neste tipo de crédito que ultrapassem R$ 500.
O Santander, um dos principais bancos utilizados pelos brasileiros, já confirmou que adotará o valor. Em contratos antigos, esta medida só começará a valer a partir de junho, porém nos novos os descontos podem começar neste mês.