Aumento no salário mínimo trará impacto para economia e preocupa especialistas

Nessa terça-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro informou que está estudando uma possibilidade de promover um novo aumento no salário mínimo. Até então, o piso nacional está em R$ 1.039, entretanto, graças ao índice da inflação, fechado em dezembro de 2019, o valor poderá aumentar. Para justificar a medida, Bolsonaro explicou que o cálculo ficou abaixo da quantia fechada em dezembro, por ter sido feito a partir de uma estimativa.

Aumento no salário mínimo trará impacto para economia e preocupa especialistas
Aumento no salário mínimo trará impacto para economia e preocupa especialistas

Entretanto, apesar de parecer ser uma boa notícia, os especialistas em economia vem demonstrando uma certa preocupação quanto ao comunicado do presidente.

Em reportagem do portal O Globo, Luis Otávio Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil, explicou que a decisão mostra uma desorganização financeira por parte do governo federal.

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Segundo ele, a discussão sobre a concessão ou não do acumulado do INPC em 2019, de 4,48%, foi política, já que o ministério da economia poderia conceder o reajuste na revisão orçamentária de 2021.

Luis acredita que seja necessário a criação de uma regra para explicitar o porquê do reajuste ou a unificação da organização do Orçamento e da inflação para o ano seguinte.

Ao ser questionado sobre os desdobramentos, caso haja de fato um novo aumento no salário mínimo, o especialista explica que o maior problema é realmente não haver uma regra que justifique as modificações do governo federal.

“A vantagem da regra anterior (inflação do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto de dois anos antes), concordando com ela ou não, é que pelo menos era uma regra. Não havia uma discussão. É o debate no qual teremos de evoluir, dado que você tem de elaborar um Orçamento sem saber a inflação e tem que concedê-la para o salário mínimo”, explicou.

Segundo ele, o governo poderia ter segurado a definição do piso para 2021, para poder refazer o cálculo de acordo com o valor exato da base do INPC.

“O governo iria incorporar esse aumento, se não fosse agora, no ano que vem, assim como foi no anúncio de R$ 1.039 (quando foi concedido um reajuste de 3,86%, com base no INPC esperado para 2019. A conta foi feita sobre o salário mínimo ajustado de 2019, de R$ 999,91).”

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Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.
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