No último ano a oferta de crédito a pessoa física teve um crescimento acelerado. Esse crescimento fez com que a atenção ficasse redobrada com relação as altas dívidas das famílias, da danificação dos indicadores de inadimplência e da recuperação do mercado de trabalho, que vem retomado de forma gradativa.
Os dados do Banco Central apontam que no mês de setembro 44,8% da renda anual dos brasileiros estava comprometida com as dívidas. Em janeiro esse percentual havia caído para 41%.
Apesar disso, o nível de atenção máximo foi afastado já que as projeções feitas para o próximo ano apontam que a economia ficará acima de 2% e os juros básicos serão mantidos em suas taxas mínimas.
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A economista chefe da empresa XP Investimentos, Zeina Latif, realizou um levantamento para o jornal o Valor.
Nele foi apontado que a carteira de crédito para pessoas físicas atingiu o seu recorde no mês de outubro ficam em 27,5% do Produto Interno Bruto (PIB). O aumento foi de 0,62% acima da tendência, segundo dados da série que se iniciou em 2002.
Para indicar o aquecimento no mercado de empréstimos e financiamentos é usado o indicador denominado hiato de crédito. Esse indicador positivo aponta que houve um aumento da inadimplência em dois a três trimestres.
Zeina explicou que os bancos ficaram mais criteriosos para a concessão de créditos a famílias durante a crise. Esse período fez com que a as pessoas físicas não realizassem o pedido de empréstimo, isso por conta do medo do desemprego e das dívidas.
O cenário deu uma reviravolta quando o Banco Central fez com que os juros caíssem. Isso aumentou o desejo dos brasileiros de solicitarem crédito aos bancos.
A economista diz que se preocupa com os indicadores de crédito do levantamento, já que a criação de vagas de emprego irá demorar para voltar a crescer em ritmo acelerado.
“Estou incomodada com os novos indicadores do crédito à pessoa física porque a lenta geração de vagas no mercado de trabalho deve continuar”, afirma a economista.
Em outubro foi encerrado um trimestre no qual apontou que a taxa de desemprego nacional ficou em 11,6%, a taxa do ano passado ficou em 11,7%, ou seja, continuou quase a mesma.
Os brasileiros devem ficar atentos para não se endividarem muito e depois não conseguirem administrar suas dívidas.