Auxílio doença pago aos alcoólatras tem números surpreendentes

Reportagem realizada pelo portal Metrópoles revela que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pagou cerca de 22,3 milhões mensais, em 2019, para alcoólatras. A quantia foi concedida por meio do auxílio-doença que enquadra o alcoolismo como situação de incapacidade no trabalho.

Auxílio doença pago aos alcoólatras tem números surpreendentes
Auxílio doença pago aos alcoólatras tem números surpreendentes

Segundo a matéria, foram registrados cerca de 22.358 alcoólatras beneficiados entre janeiro e novembro deste ano. Quanto aos cofres públicos, a quantia representa o pagamento de R$ 245,4 milhões nesses meses.

Entretanto, o valor ainda pode ser maior, tendo em vista que o estudo levou em consideração apenas a base do salário mínimo que é de R$ 998. O auxílio varia de acordo com a renda do beneficiário e pode chegar a R$ 5.531.

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Como funciona o auxílio-doença

Trata-se de um direito concedido a todo o trabalhador assegurado pelo INSS. O auxílio é liberado sob comprovação da incapacidade de trabalho e está sujeito a reprovação mediante a perícia médica.

Seu valor varia de acordo com a renda do cadastrado e o tempo de pagamento é definido conforme as condições que doença apresentar.

Casos de acidentes medianos, por exemplo, o benefício apresenta uma duração mais curta. Em doenças mais graves que solicitem tratamento ou comprovem a necessidade da aposentadoria o pagamento deve ser estendido.

No caso de doenças relacionadas ao abusivo de substâncias psicoativas, o assegurado precisa ter ao menos 12 meses de contribuição e comprovar que seu quadro médico o impede de trabalhar.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o alcoolismo é considerado uma doença crônica. O consumo diário de bebidas tende a comprometer o funcionamento do organismo e por isso influencia na capacidade de exercer atividades cotidianas.

Necessidade do auxílio para alcoólatras

Segundo o advogado Willer Tomaz, conceder o benefício para este grupo é uma forma de evitar situações de risco social. E promove a ajuda médica e financeira necessária para que o vício seja combatido.

Quanto ao valor pago, ele afirma ser uma quantia razoável de acordo com a necessidade do assegurado. Tratando-se de benefício mensal de prestação continuada, que substitui o rendimento mensal do trabalhador, o auxílio-doença não pode ser inferior ao valor de um salário-mínimo vigente”, explicou.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Doutoranda e mestra em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a coordenação de edição dos Portais da Grid Mídia e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas socias e economia popular. Iniciou sua trajetória no FDR há 7 anos, ainda como redatora, desde então foi se qualificando e crescendo dentro do grupo. Entre as suas atividades, é responsável pela gestão do time de redação, coordenação da edição e analista de dados.