INSS: apesar da tecnologia agências demoram pelo menos 5h para atendimento

Denúncias contra o funcionamento dos centros de atendimento no INSS em São Paulo. Segundo uma reportagem especial do Portal UOL, as agências do INSS de São Paulo estão falhando no atendimento para com a sociedade civil. A matéria, publicada nesse domingo (01), alega que os paulistanos estão passando cerca de 5h para serem ouvidos pelos servidores do instituto.

INSS: apesar da tecnologia agências demoram pelo menos 5h para atendimento
INSS: apesar da tecnologia agências demoram pelo menos 5h para atendimento

Apesar das plataformas digitais desenvolvidas, segundo o INSS, para otimizar as filas de espera nos seus pontos físicos, os guichês de atendimento seguem lotados e não estão conseguindo suprir a demanda diária.

Segundo os entrevistados ouvidos pelo UOL, os agendamentos online não estão funcionando. Diversas fontes informaram que tentaram marcar pelo site e não conseguiram, pois o sistema parece estar sempre fora do ar.

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Além disso, o portal vem apresentando erros no que diz respeito ao cadastro dos assegurados, alegando que seus dados estão errados.

“Eu coloquei meu CPF e minha data de nascimento, e eles diziam que estava errado. Mas eu sei que meu CPF e minha data de nascimento estavam certos”, informou Nestor Antônio para o UOL.

Lotação e queda de sistema nas unidades do INSS

A reportagem passou por diversas agências da capital paulista e pôde identificar que, além de apresentar uma lotação, o serviço também conta com instabilidades em seu sistema. Uma das agentes contratadas explicou que essa vem sendo a realidade há meses, dificultando a vida de quem precisa trabalhar e daqueles que desejam se informar sobre seus direitos.

“Sempre foi assim, né? O sistema não colabora, está sempre lento. É internet, é o sistema do próprio INSS, não funciona direito. Isso só atrasa o atendimento. O servidor fica irritado, o cidadão fica irritado. É ruim para todo mundo”, alegou.

Mesmo aqueles que conseguem fazer o agendamento online estão tendo problemas na hora de serem atendidos. Por mais que tenham hora marcada, os assegurados estão passando em média 5 horas nas filas entre o processo de retirada de senha até chegar ao guichê.

Enfermeiras da rede pública, Lúcia M. e Kátia H. conversaram com o UOL informando que estavam na unidade de Pinheiros há horas e não tinham recebido assistência alguma dos funcionários.

“Lúcia tinha um atendimento médico marcado para as 9h50. Às 11h, ainda não havia sido atendida. Ela sofre de depressão, por causa do estresse no trabalho, e está internada. Ela não pode ficar atrasando, tem acompanhamento psiquiátrico e remédio com hora contada”, disse Kátia, que acompanhava a amiga.

Falta de funcionários dificulta informações

Além disso, ainda há problemas com falta de funcionários para prestar informações. Muitas vezes, os assegurados vão até as unidades não para realizar serviços, mas porque precisam tirar dúvidas rápidas sobre seus benefícios.

Nesses casos, os seguranças terceirizados normalmente os ajudam. Entretanto, por causa da superlotação, não está sendo possível cumprir a demanda.

“É a segunda vez que eu venho neste mês. Na primeira, o médico faltou, e ninguém disse nada. Depois de mais de uma hora esperando, avisaram que ele não estava aí!”, afirmou Marcelo O ao encontrar a equipe de reportagem da UOL.

Procurado, o INSS não se pronunciou sobre o caso.

Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.