Depois do crescimento no preço da carne bovina, com as aberturas das exportações para a China. Os valores do frango e do porco também têm apresentado um aumento considerável na última semana.

A previsão é de que os valores dessas carnes continuem altos, em virtude das festas de final de ano. De acordo com Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a expectativa é que os números sigam subindo ao longo do primeiro semestre do ano que vem.
Em comparação aos valores do mês de outubro, a carne de porco avançou 13,3% e a do frango congelado, 17,8%, em São Paulo. O levantamento foi realizado pele Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da USP.
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Um dos fatores que contribuíram com o aumento é a intensificação na exportação da carne de porco, motivada pela peste suína africana, que atinge a Ásia.
De forma geral, a exportação aumentou até outubro, 12% em comparação ao mesmo período de 2018, representando um total de 582,9 mil toneladas de carne suína. O levantamento foi realizado pela Secretaria de Comércio Exterior.
De acordo com o diretor, o cenário é entendido pela alta procura, mas, mesmo assim, a produção não deve acompanhar esse fluxo. Santim destaca que o setor deverá intensificar a produção entre 1% e 2%. Mas, ainda com a alta, não há risco de desabastecimento desses produtos no Brasil.
Segundo o profissional, os valores não irão voltar ao que eram antes. A explicação é que, mesmo com o aumento na produção, previsto para os próximos meses, em virtude do aumento das demandas do exterior, será difícil prever se os preços vão estar em baixa quando comparados com os atuais, principalmente no caso da carne suína.
Quando observado o preço da carne bovina, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou, na semana passada, que os valores também não irão voltar ao nível anterior. A justificativa é a falta de reajuste nos últimos três anos no seguimento.
O mesmo será válido para as carnes de frango e de porco. Ricardo detalha que, assim como a carne bovina, o preço da carne suína não tinha reajustes há dois anos, desde a suspensão da importação feita pela Rússia em 2017.