Preocupações com a alta do dólar. Nessa terça-feira (28), a moeda americana apresentou pela terceira vez consecutiva, o maior aumento de sua história, chegando a U$ 4,25. Tal elevação vem assustando a população mundial que está tentando entender os efeitos do aumento do câmbio em suas contas. No Brasil não seria diferente, inúmeros brasileiros estão se questionando sobre o impacto da moeda na economia nacional.
Segundo especialistas, é possível ficar calmo, pois mesmo com o reajuste, os impactos ainda são curtos. Por enquanto, sentirão o peso da elevação aqueles que estão de viagem marcada para outros países, tendo em vista que os preços das passagens e dos combustíveis sofrerão uma elevação considerável.
Saiba também: Alta do dólar torna real 4° moeda mais desvalorizada de novembro
Impacto da alta do dólar no comércio
Já no que diz respeito ao comércio, o cenário ainda é estável. Os analistas afirmam que a variação do preço dos produtos não devem ser relacionadas ao dólar. André Braz, economista, analista de inflação e coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirma que o crescimento da moeda americana ainda não começou a surtir efeito na inflação.
“Não houve tempo para que a recente desvalorização impacte a inflação. Já os combustíveis — dada a política de reajustes da Petrobras — podem sofrer aumentos repassando efeitos cambiais mais rapidamente”, diz.
Braz alerta que ainda não viu produtos locais com os preços mais altos. Ele afirma que a variação do câmbio não está alterando as vendas brasileiras e que os preços estão desacelerando. Entretanto, caso a alta permaneça, esse cenário pode mudar.
“Ainda não vi alimentos com alta por conta de câmbio. O pão francês, por exemplo, dado que é intensivo em trigo (commodity agrícola) que o Brasil importa muito, pode repassar desvalorizações cambiais,” finalizou o especialista.
Instabilidade econômica
Michael Viriato, professor de finanças do Insper, também afirma que a atual situação econômica nacional está funcionando como um desacelerador para os preços dos produtos. Ele afirma que os empresários, considerando a instabilidade do cenário econômico e político brasileiro, não devem aumentar as taxas de seus serviços. Trata-se de uma medida prejudicial que só travará a lucratividade e venda no comércio.
“O que favorece a não repassar é nossa economia estar frágil, os consumidores não conseguem absorver o aumento dos preços. Se os empresários repassarem muito alto as pessoas não vão comprar. O que vai acontecer n77o curto prazo é um aperto de margem por parte dos empresários.”