Minha Casa Minha Vida tem projetos reduzidos por instabilidade de recursos

As modificações no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e nas normas do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) estão causando certo afastamento por parte das empreiteiras responsáveis pelas construções das obras. Devido os ajustes propostos pelo governo federal, as construtoras deram inicio a um processo de revisão de seus planos de negócios.

Minha Casa Minha Vida tem projetos reduzidos por instabilidade de recursos
Minha Casa Minha Vida tem projetos reduzidos por instabilidade de recursos

Consideradas as duas maiores empresas do setor imobiliário que atuam no funcionamento do MCMV, a MRV e a Direcional anunciaram que pretendem remanejar a construção dos imóveis para fora do programa.

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A ideia é seguir construindo tais moradias para os brasileiros de baixa renda, porém sem ter um pagamento ligado ao FGTS. Programas de crédito com recursos ligados ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) serão o novo alvo.

Segundo Eduardo Fischer, presidente da MRV, a companhia prevê a transformação dos empreendimentos, tornando 25% destes híbridos, podendo ser comprados tanto pelas linhas de crédito do Minha Casa Minha Vida quanto pelas demais taxas de mercado.

Atualmente, a empresa conta com cerca de 10% de participação nas obras do programa e seu portfólio é 80% composto pelos imóveis sociais.

Para os próximos anos, o esperado é que apenas 40% dos negócios estejam vinculados aos benefícios do governo.

Fischer informa que os novos projetos serão desenvolvidos na faixa de preço similar ao teto do MCMV, correspondente a R$ 300 mil, mas terão outros modos de financiamento.

“Se olharmos para o FGTS hoje, vemos uma menor disponibilidade de recursos do que víamos antes. Em vez de ficar com o risco na mão, que é a limitação do FGTS, estarei me expondo cada vez menos ao programa”, explicou o empresário.

A mesma estratégia vem sendo desenvolvida pela Direcional. Na última semana, a empreiteira comunicou que vai ampliar sua linha de lançamentos de imóveis em um valor acima do teto do MCMV. Entretanto, seguirá tendo como público alvo os brasileiros com baixa renda.

“Há uma oportunidade enorme pela frente com as mudanças no cenário macroeconômico. Não interessa de onde vem o funding. O que interessa é que há demanda pelos imóveis”, afirmou o presidente da Direcional, Ricardo Ribeiro, em reunião com investidores e analistas.

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.