Hoje, quando um aplicativo trava ou o computador dá erro, a culpa é logo de um “bug”.
Mas o termo nasceu muito antes da era digital, e nem sempre teve relação direta com tecnologia.
No inglês antigo, bug significava “bicho” ou “espírito assustador”. A palavra já era usada para descrever algo incômodo, misterioso ou que “atrapalhava o funcionamento” de algo.
Com o avanço da engenharia elétrica no século XIX, inventores começaram a adotar o termo para falar de falhas técnicas.
Thomas Edison, por exemplo, escreveu em uma carta de 1878 que havia encontrado um “bug” em seu aparelho, referindo-se a um pequeno defeito nos circuitos.
O “bug” que virou lenda na computação
A história mais famosa vem de 1947, no laboratório de Harvard.
Enquanto trabalhavam com o gigantesco computador Mark II, engenheiros encontraram uma mariposa presa entre os relés da máquina, literalmente um “inseto” (bug em inglês), travando o sistema.
Grace Hopper, uma das pioneiras da programação, registrou o episódio no livro de bordo com a nota: “First actual case of bug being found” (“Primeiro caso real de um bug encontrado”).
A piada pegou, e o termo passou a representar qualquer tipo de falha — seja física, lógica ou de código. Desde então, “debugar” virou o verbo oficial para o ato de eliminar esses erros.
Do hardware ao software: a evolução do termo
Nos anos 1960, com a popularização dos computadores e das linguagens de programação, bug ganhou o significado que usamos hoje.
Assim, representa um defeito no código que faz um programa funcionar de forma inesperada.

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Hardware: inicialmente, o termo se aplicava a falhas mecânicas e elétricas.
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Software: depois, passou a designar erros de lógica ou sintaxe em programas.
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Cultura digital: hoje, “bugado” é até gíria — sinônimo de algo confuso ou que “não faz sentido”.
Empresas de tecnologia, inclusive, criaram o “bug bounty”, programas que pagam a especialistas por encontrar falhas antes que elas causem danos.
Um termo que sobreviveu ao tempo
O curioso é que, mesmo com o avanço da Inteligência Artificial e das ferramentas automáticas de correção, os bugs continuam aparecendo.
Afinal, quanto mais complexos os sistemas, mais brechas e imprevistos surgem.
No fim, o “bug” virou quase um símbolo da própria natureza da tecnologia: imperfeita, mas sempre evoluindo.





