Um levantamento com mais de 2 bilhões de credenciais vazadas trouxe um alerta antigo, mas ainda ignorado pela maioria dos usuários. Bem, as senhas mais usadas no mundo continuam sendo simples, repetitivas e extremamente vulneráveis.
Termos como “123456”, “password” e “admin” permanecem no topo das combinações preferidas, mesmo diante do crescimento dos golpes digitais.
Além disso, ataques automatizados estão cada vez mais rápidos, o que aumenta o risco para quem ainda utiliza combinações óbvias.
Por que senhas fracas continuam tão populares?
Os especialistas em cibersegurança apontam um ponto central: a conveniência ainda supera a segurança.
Afinal, a maioria das pessoas prefere seguir pelo caminho mais fácil na hora de criar uma senha. Assim, sequências numéricas e palavras comuns aparecem em milhões de contas.
Outro problema é a reutilização. Estimativas mostram que mais de 65% dos usuários repetem a mesma senha em diversos serviços, de redes sociais a contas bancárias. Esse comportamento abre espaço para ataques como credential stuffing, em que bots testam credenciais vazadas em outros sites até encontrar portas abertas.
A pressão para criar e gerenciar dezenas de contas também contribui para o problema. Em média, um usuário comum possui mais de 100 logins espalhados pela internet, o que torna tentador apostar em combinações fáceis de memorizar.
O risco real: como hackers exploram essas falhas
Senhas fracas são as primeiras testadas em ataques automatizados. Ferramentas de força bruta conseguem quebrar combinações simples em questão de segundos.
Dados da Hive Systems mostram:
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Senhas de 6 a 8 números → quebradas instantaneamente
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Senha de 8 caracteres apenas com letras minúsculas → 1 segundo
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Senhas longas e complexas (12+ caracteres) → podem resistir milhares de anos
Além do brute force, outros métodos ampliam o risco:
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Password spraying: tentativa de senhas comuns em massa
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Phishing: roubo via engenharia social
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Credential stuffing: uso de senhas vazadas em outros serviços
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Sequestro de sessões (session hijacking): exploração de cookies e tokens
Somente em 2024, mais de 80% das invasões corporativas começaram com uma credencial comprometida.
Como se proteger de forma eficiente
Para reduzir os riscos, especialistas recomendam medidas simples, mas extremamente eficazes:
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Use senhas longas, com pelo menos 8 a 12 caracteres
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Misture letras maiúsculas, minúsculas, números e símbolos
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Evite informações pessoais óbvias
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Nunca repita a mesma senha em contas diferentes
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Ative o 2FA, preferindo apps autenticadores em vez de SMS
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Adote gerenciadores de senhas, que criam e guardam combinações seguras
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Verifique se sua senha já vazou, usando serviços como Have I Been Pwned
Essas práticas reduzem significativamente o risco de invasão e ajudam a manter suas contas seguras mesmo diante de grandes vazamentos.

Passkeys: a tecnologia que pode aposentar as senhas
A tendência mais forte em segurança digital é a adoção das passkeys, tecnologia que substitui senhas por métodos biométricos.
Baseadas no padrão FIDO2, elas funcionam por meio de criptografia assimétrica: a chave privada fica no dispositivo do usuário e nunca é enviada para servidores.
Isso bloqueia:
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ataques de força bruta
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phishing
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reutilização de senhas
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roubo de credenciais em vazamentos
Google, Apple, Microsoft, TikTok, PayPal e vários bancos brasileiros já adotam o recurso, e a expectativa é que ele se torne padrão até 2026.
A internet se tornou mais rápida, acessível e conectada. Porém, muitas pessoas ainda usam senhas simples, o que facilita a vida dos criminosos digitais. Com a expansão das passkeys e o uso de 2FA, o usuário ganha mais camadas de proteção.
O recado é claro: senhas fracas são um convite aberto para invasores e reforçar sua segurança nunca foi tão necessário.





