O salário mínimo brasileiro está em R$ 1.518 em 2025, mas especialistas apontam que ele está longe de cobrir o custo real de vida no país.
Enquanto o governo federal reajusta o valor com base na inflação e no crescimento do PIB, o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), vê de outro modo.
Ele calcula mensalmente quanto o mínimo “ideal” deveria valer para garantir uma vida digna.
Quanto deveria valer o salário mínimo ideal?
De acordo com o DIEESE, o salário mínimo necessário em setembro de 2025 seria de R$ 7.075,83.
Esse valor, entretanto, corresponde ao que uma família de dois adultos e duas crianças precisaria para cobrir despesas básicas, incluindo:
- Moradia;
- Alimentação;
- Saúde;
- Transporte;
- Educação;
- Lazer;
- Vestuário.
Ou seja, o salário mínimo “real” no Brasil cobre apenas cerca de 20% do valor que seria o “ideal”.
O estudo leva em conta os preços médios da Cesta Básica Nacional, que vêm subindo em todo o país — especialmente nas capitais, onde o custo da alimentação e do aluguel é maior.

Por que há tanta diferença entre o salário real e o ideal?
O governo utiliza uma fórmula que reajusta o mínimo com base na inflação do ano anterior (INPC) e no crescimento do PIB de dois anos antes.
Com isso, ele impede aumentos bruscos e mantém o controle fiscal, mas também distancia o valor oficial da realidade das famílias.
Já o cálculo do DIEESE é social e não fiscal: considera o direito constitucional a uma vida digna, não apenas a capacidade do Estado de pagar salários. Por isso, os números divergem tanto.
Quando o salário mínimo pode chegar a R$ 7 mil?
Se o atual ritmo de valorização continuar, com aumentos anuais próximos a 6%, o salário mínimo dobraria em cerca de 12 anos.
Mantido esse ritmo, o Brasil só alcançaria um mínimo em torno de R$ 7 mil entre 2037 e 2040, e ainda assim, apenas se o poder de compra não for corroído pela inflação.
Para chegar a esse patamar antes, seria necessário um crescimento econômico acelerado e contínuo, combinado com políticas públicas de redistribuição de renda e incentivos à produtividade.





