O afastamento do prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, ganhou novas camadas após a divulgação de trechos do relatório da Polícia Federal. O documento aponta que o gestor, conhecido nacionalmente como “prefeito tiktoker”, seria líder de uma organização criminosa estruturada dentro da administração municipal.
O que a PF diz sobre o suposto grupo criminoso liderado por Manga?
Segundo o relatório revelado em novembro de 2025, a Polícia Federal afirma que Rodrigo Manga era o “principal beneficiário e líder” de um esquema de corrupção. O processo, aliás, teria se instalado desde o início de seu mandato, em 2021. A investigação aponta para:
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Desvio de recursos públicos.
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Lavagem de dinheiro por meio de entidades religiosas e empresas de fachada.
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Contratos fictícios de publicidade envolvendo empresa ligada à esposa do prefeito.
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Uso de contratos simulados para dar aparência legal a recursos ilícitos.
Além disso, a PF destaca que a suposta organização criminosa estaria “intrinsecamente vinculada ao exercício do cargo eletivo”. Reforçando assim, que o poder político seria uma ponte para facilitar fraudes.

Quais valores e contratos estão na mira da polícia?
O relatório menciona diferentes frentes suspeitas. Entre elas:
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R$ 448 mil relacionados à empresa de estacionamento Sim Park.
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R$ 780 mil vinculados a uma entidade religiosa usada, segundo a PF, para ocultar a origem do dinheiro.
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Contratos da UPA Éden e da UPH Zona Oeste, investigados desde 2022.
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Publicidade supostamente superfaturada com empresas associadas à família Manga.
As cifras ainda estão em apuração, mas a PF afirma que o esquema seria recorrente e continuado ao longo de toda a gestão.
Por que Rodrigo Manga foi afastado do cargo?
A Justiça determinou o afastamento de Manga por 180 dias, argumentando que sua permanência na prefeitura poderia interferir no andamento das investigações.
O afastamento ocorreu logo após a PF reforçar a suspeita de que o prefeito comandava o grupo e se beneficiava diretamente dos desvios.
Esse tipo de medida, embora extrema, costuma ser aplicada quando há risco de destruição de provas, manipulação de documentos ou influência sobre servidores.
Quais são os impactos políticos e administrativos para Sorocaba?
O caso gera repercussões imediatas:
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Crise institucional: a gestão fica frágil e sujeita a reorganização interna.
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Revisão de contratos: diversos serviços — especialmente na saúde — podem ser reavaliados.
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Risco eleitoral para 2026: o episódio pode alterar alianças e desgastar o Republicanos na região.
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Pressão social: organizações locais cobram mais transparência e auditoria independente.
Além disso, políticas públicas durante o mandato, que podem passar por revisão caso haja a comprovação de irregularidades.
Há histórico de investigações contra Manga?
Sim. As apurações vêm desde 2022, quando foi deflagrada a Operação Cópia e Cola. Na época, a PF investigava contratos emergenciais e indícios de superfaturamento.
Em 2025, novos mandados de busca e apreensão foram cumpridos na prefeitura, na casa do prefeito e na Secretaria de Saúde.





