Microplásticos são fragmentos de plástico menores que cinco milímetros. Eles surgem da degradação de garrafas, sacolas, embalagens e até de fibras sintéticas de roupas.
Produtos como esfoliantes e cosméticos também podem conter partículas plásticas microscópicas. Esses resíduos são levados para o mar por esgotos, rios e sistemas de drenagem urbana.
Com o tempo, esses fragmentos se acumulam na água e, principalmente, na areia das praias. Por isso, mesmo locais aparentemente limpos podem esconder altos níveis de contaminação invisível.
Onde a contaminação com microplásticos é mais grave no Brasil?
Levantamentos recentes apontam que cerca de 70% das praias brasileiras analisadas já apresentam presença de microplásticos. Ou seja, o problema é nacional e não restrito a regiões industriais.
Algumas áreas chamam atenção pela alta concentração, como trechos do litoral do Paraná, São Paulo e Pernambuco. Praias de cidades turísticas e regiões urbanas densas tendem a registrar números mais elevados.
Entretanto, a poluição não se limita a grandes centros. Pesquisas também detectaram partículas plásticas em praias mais isoladas, o que indica que as correntes marítimas espalham essa contaminação ao longo da costa.
Isso significa que não existe, hoje, uma praia totalmente livre do problema.
Quais são os riscos dos microplásticos à saúde humana?
O principal risco ocorre pela ingestão indireta, especialmente ao consumir peixes, crustáceos e mariscos contaminados.
Esses animais ingerem microplásticos, que entram na cadeia alimentar e chegam até o prato das pessoas.
Estudos já encontraram partículas plásticas em órgãos humanos, como pulmões e corrente sanguínea.
Ainda que a ciência investigue os impactos a longo prazo, há indícios de associação com inflamações, alterações hormonais e problemas metabólicos.
Além disso, os fragmentos podem carregar substâncias tóxicas aderidas, como pesticidas e metais pesados.
Dessa forma, o dano não vem apenas do plástico, mas dos poluentes que ele transporta.

O contato direto com a areia contaminada, apesar de menos perigoso do que a ingestão, também pode representar risco para crianças pequenas, que brincam e levam as mãos à boca.
Por que o impacto ambiental preocupa tanto?
Os microplásticos afetam toda a vida marinha. Peixes, moluscos e aves confundem fragmentos com alimento, o que pode gerar obstruções internas e morte por desnutrição.
A presença constante de plástico interfere na reprodução de espécies e no equilíbrio dos ecossistemas costeiros.
Quando o mar adoece, a economia local também sofre. Turismo, pesca e alimentação se tornam mais vulneráveis.

O que pode ser feito para reduzir o problema?
Evitar o uso de plásticos descartáveis, sem dúvida, é um passo essencial. Sacolas reutilizáveis, garrafas térmicas e embalagens retornáveis reduzem diretamente a produção de resíduos.
Além disso, separar o lixo corretamente e apoiar políticas de saneamento também ajudam a impedir que o plástico chegue ao oceano.
Cada pequena mudança individual reduz um problema que já é global.





