Todo Natal, milhões de brasileiros colocam o peru no centro da mesa. Porém, o que pouca gente sabe é que, na prática, a ave consumida na maioria das ceias não é o peru macho, mas sim a perua, a fêmea da espécie.
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A escolha, entretanto, não é apenas cultural, ela envolve biologia, logística e economia, segundo especialistas do setor agropecuário.
Afinal, qual é a diferença entre peru e perua?
Apesar de pertencerem à mesma espécie, machos e fêmeas apresentam diferenças importantes ao longo da criação.
O peru macho cresce muito mais rápido e atinge pesos elevados. Com a mesma alimentação, ele pode ultrapassar facilmente o tamanho considerado ideal para consumo doméstico.
Já a perua cresce de forma mais equilibrada, alcançando um peso médio mais adequado para assar inteira, o que facilita tanto o preparo quanto a venda.
Por isso, o mercado acabou padronizando o uso da fêmea para as ceias.
Por que a perua é a preferida na ceia de Natal?
A decisão passa principalmente pela eficiência da produção.
As peruas costumam ser abatidas por volta de 10 semanas, quando atingem cerca de 5 quilos, um tamanho considerado ideal para famílias brasileiras.
Além disso, esse peso facilita o armazenamento, o transporte e a padronização nas prateleiras.
Já os machos normalmente são criados por mais tempo, chegando a 20 semanas ou mais. Nesse estágio, eles são destinados à indústria de alimentos processados, como peito de peru, embutidos e carnes fatiadas.
Ou seja, enquanto o peru macho abastece o mercado ao longo do ano, a perua vira protagonista apenas no Natal.
Questão econômica pesa na escolha
Outro fator decisivo é o custo de produção.
As peruas produzem menos ovos do que galinhas, o que torna os pintinhos mais caros. Por isso, criar aves que atinjam rapidamente o peso ideal reduz despesas e aumenta a margem do produtor.
Além disso, vender a ave inteira é mais vantajoso financeiramente do que dividir a carcaça em cortes menores.
O nome “peru” continua por tradição
Mesmo com todas essas diferenças, o nome “peru” permanece por tradição cultural e facilidade de comunicação.
Na prática, para o consumidor final, o sabor, a textura e o preparo não mudam de forma significativa, o que mantém o costume vivo geração após geração.
Embora o peru leve a fama, quem realmente domina a ceia de Natal é a perua.
A escolha é estratégica, econômica e prática, refletindo décadas de adaptação do setor agropecuário às preferências das famílias brasileiras.
