A intensa onda de calor que vem castigando milhões de brasileiros, especialmente na região Sudeste, já começa a dar sinais de enfraquecimento em algumas áreas do país. Embora o fenômeno ainda provoque temperaturas elevadas e desconforto térmico em diversos estados, a previsão indica que o pior está perto do fim, trazendo um certo alívio para a população.
De acordo com meteorologistas, o calor extremo começa a perder força em São Paulo, onde os termômetros atingiram níveis históricos nos últimos dias. A capital paulista chegou a registrar 37,2 °C, a maior temperatura para um mês de dezembro em 64 anos, reflexo direto da atuação persistente de uma massa de ar quente e seco sobre o Sudeste.
Apesar da melhora gradual em São Paulo, outros estados da região ainda devem enfrentar calor intenso ao menos até a próxima terça-feira (30). Em áreas do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, a combinação de altas temperaturas e aumento da umidade tende a provocar uma sensação térmica ainda mais desconfortável, conhecida popularmente como “calor abafado”.
No Rio de Janeiro, os impactos da onda de calor já sobrecarregam os serviços de saúde. Segundo a prefeitura, quase 3 mil pessoas procuraram atendimento médico com sintomas associados às altas temperaturas apenas até o último sábado (27). Entre os relatos mais frequentes estão tontura, fraqueza, desmaios e queda de pressão, sinais clássicos de desidratação e exaustão térmica.
Em resposta ao cenário extremo, autoridades municipais passaram a adotar medidas emergenciais. Em São Paulo, por exemplo, foram instaladas tendas em pontos de grande circulação para oferecer sombra e distribuição gratuita de água. A recomendação geral das autoridades é clara: manter a hidratação constante e evitar exposição prolongada ao sol.
Especialistas em saúde reforçam os cuidados. Médicos alertam que atividades físicas devem ser evitadas nos horários mais quentes do dia, geralmente entre 10h e 16h. A orientação inclui o consumo frequente de água, água de coco ou isotônicos, além do uso regular de protetor solar, roupas leves e chapéus.
Do ponto de vista meteorológico, a sensação térmica também deve passar por mudanças nos próximos dias. Segundo especialistas, a população pode sentir uma transição curiosa: a sensação de “estar fritando” tende a dar lugar à impressão de “estar assando”, efeito causado pelo aumento da umidade do ar, principalmente nas áreas litorâneas.
Apesar do alívio esperado no curto prazo, especialistas chamam atenção para um cenário mais amplo. Comparações com décadas anteriores mostram que ondas de calor estão se tornando mais frequentes, duradouras e intensas. Esse padrão reforça a necessidade de adaptação das cidades e da população a eventos extremos cada vez mais comuns.
Enquanto o fim dessa onda de calor se aproxima, a recomendação segue sendo cautela. O alívio vem, mas os cuidados continuam essenciais para preservar a saúde e o bem-estar até que as temperaturas finalmente voltem a níveis mais próximos do normal.
