Os óculos inteligentes ganharam popularidade, porém levantam dúvidas sobre segurança e privacidade. A MSC Cruises atualizou suas regras internas e proibiu o uso dos Ray-Ban Meta e de outros smart glasses em áreas públicas dos navios.
A medida vem logo após avaliações sobre riscos de gravação discreta, especialmente em ambientes fechados com grande circulação de passageiros.
O que mudou nas regras dos cruzeiros?
A nova política da MSC veta o uso de dispositivos capazes de filmar, fotografar ou transmitir áudio e vídeo de forma discreta nas áreas comuns dos navios.
Isso inclui, por exemplo, restaurantes, piscinas, corredores, academias e espaços de convivência.
Segundo a empresa [na seção ‘itens proibidos a bordo’]: “Dispositivos capazes de registrar ou transmitir dados de forma oculta ou discreta (por exemplo, óculos inteligentes) não são permitidos nas áreas públicas do navio.”
A presença de câmeras embutidas, acionadas por toques sutis ou comandos de voz, cria um ambiente de vigilância involuntária, algo que contraria as normas internas de privacidade.
Além disso, os smart glasses entraram na categoria de itens que podem transmitir dados sem aviso claro, o que reforçou a necessidade de controle.
Por que os Ray-Ban Meta entraram na lista de itens proibidos?
Os Ray-Ban Meta possuem câmera integrada, microfones, inteligência artificial e capacidade de gravação contínua.
Embora sejam vendidos como um acessório tecnológico de conveniência, nos cruzeiros eles representam um risco porque:
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permitem gravar outras pessoas sem que elas percebam;
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podem transmitir conteúdo automaticamente para plataformas conectadas;
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dificultam o controle de uso em ambientes sensíveis, como áreas infantis e zonas privadas;
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ampliam o risco de exposição não autorizada de passageiros.
Por esses motivos, a empresa decidiu classificá-los como dispositivos de registro discreto, alinhando-se ao aumento global de políticas de proteção de privacidade em espaços coletivos.
Posso levar os óculos Ray-Ban Meta no navio?
Sim. Em geral, a MSC permite transportar o dispositivo, mas seu uso fica restrito à cabine e a áreas externas fora do navio.
Nas zonas públicas, funcionários podem solicitar que o passageiro retire os óculos ou impedir a entrada no ambiente.
Em alguns casos, eles podem ser retidos na inspeção e devolvidos somente no fim da viagem.

O que esperar daqui para frente?
Com a popularização de smart glasses, outras companhias de cruzeiro e hotéis podem adotar políticas semelhantes.
Afinal, a tendência é que normas de privacidade sejam reforçadas enquanto fabricantes buscam recursos mais transparentes de gravação.
Por fim, a proibição dos Ray-Ban Meta nos cruzeiros mostra como privacidade e tecnologia agora caminham em tensão permanente.
Embora os óculos ofereçam praticidade e recursos avançados, o ambiente fechado dos navios exige regras claras para proteger passageiros.
A tendência de todo modo, é que outras empresas adotem políticas semelhantes, equilibrando inovação e segurança.
Para os viajantes, entender essas normas evita transtornos e garante uma experiência mais tranquila a bordo.





