Um novo vírus que afeta celulares Android está chamando atenção de especialistas em segurança digital.
Chamado de Herodotus, o malware utiliza técnicas avançadas para imitar o comportamento humano, inclusive simulando digitação em aplicativos de bancos e carteiras digitais.
O Brasil está entre os principais alvos da campanha.
O caso, entretanto, acende um alerta para milhões de usuários que realizam operações financeiras pelo celular.
O que é o vírus Herodotus?
O Herodotus é um trojan bancário distribuído por meio de golpes de phishing, principalmente via mensagens que convidam o usuário a instalar um app falso.
Ele se disfarça como aplicativos conhecidos, como Chrome, sistemas de entrega e até supostos apps de bancos.
Após instalado, ele solicita permissões de acessibilidade. Com isso, consegue:
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Ver a tela do celular;
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Registrar tudo o que o usuário digita;
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Interagir com botões e menus;
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Tomar controle do dispositivo à distância.
Esse nível de acesso permite que criminosos façam movimentações financeiras sem que a vítima perceba.
Por que esse vírus impressionou pesquisadores?
A principal inovação do Herodotus está em sua capacidade de simular digitação humana.

Enquanto malwares tradicionais executam ações de forma rápida e repetitiva, ele varia o tempo entre toques e caracteres, com atrasos entre 300 ms e 3 segundos.
Esse detalhe impede, portanto, que:
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Sistemas antifraude detectem padrões robóticos;
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Aplicativos suspeitem de comportamentos automatizados;
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Bancos ativem barreiras de segurança adicionais.
Além disso, o vírus pode:
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Instalar outros aplicativos maliciosos sem aviso;
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Sobrepor telas legítimas com páginas falsas para coletar senhas e PINs.
O Brasil como alvo de um novo golpe
Pesquisadores já identificaram templates de ataque voltados para bancos brasileiros e plataformas financeiras populares no país. Isso inclui:
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Aplicativos de banco digital;
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Carteiras Pix;
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Exchanges de criptomoedas.
O motivo é simples:
O Brasil é hoje um dos países com maior adoção de bancos digitais no mundo, o que torna o cenário atraente para operações de “device takeover” — quando o criminoso assume o celular completamente.
Como se proteger desse novo vírus no Android
Mesmo sendo sofisticado, o Herodotus depende da instalação manual pelo usuário. Portanto:
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Nunca instale APKs enviados por mensagem, mesmo de contatos conhecidos.
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Atualize o Android e os apps frequentemente.
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Desconfie de links recebidos por WhatsApp, SMS e redes sociais.
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Verifique se o app foi baixado da Google Play Store oficial.
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Revise permissões concedidas a aplicativos, especialmente Acessibilidade.
O surgimento do Herodotus mostra que golpes digitais estão se tornando cada vez mais sofisticados, com foco em parecerem naturais e invisíveis.
Com o Brasil no centro da mira, a prevenção continua sendo a forma mais eficaz de proteção.





