Uma nova onda de normas e decisões judiciais está mudando a rotina de condomínios em todo o Brasil.
O foco está em três pontos sensíveis:
- Uso de elevadores;
- Regras para vagas de garagem;
- Controle de visitantes.
A promessa, entretanto, é dar mais direitos individuais. Contudo, isso também exige mais organização dos prédios.
Então, moradores e síndicos precisam entender o que muda para evitar conflitos e possíveis ações judiciais.
Elevadores: fim da separação entre “social” e “serviço”
Uma das mudanças mais simbólicas envolve os elevadores. A divisão tradicional entre “social” e “serviço” começou a ser derrubada por decisões e projetos de lei com base no direito à igualdade e à dignidade da pessoa humana.
Na prática, cresce a interpretação de que qualquer pessoa pode usar qualquer elevador, independentemente de ser morador, funcionário, visitante ou prestador de serviço.
Além disso, cresce a responsabilização dos condomínios quanto à manutenção dos equipamentos.
Síndicos podem responder civilmente em caso de acidentes causados por negligência na inspeção, conservação e reparo.
Ou seja, além de mudar quem pode usar, a lei também tem sido mais rígida sobre como o elevador deve funcionar com segurança.
Vagas de garagem entram na mira do Judiciário
As regras sobre vagas de garagem, que antes dependiam quase exclusivamente do regimento interno, estão sendo mais questionadas.
Um dos temas mais discutidos é o das “vagas presas”, onde um veículo bloqueia a saída de outro.
Em diversas cidades, já existem normas exigindo acessos livres, e a Justiça tem considerado essa configuração como potencial risco à segurança.
Outro ponto é o uso indevido: alugar vaga irregularmente, usar como depósito ou ocupar vaga alheia pode gerar multa e até obrigação de devolução imediata.
Cada vez mais, o entendimento é de que vaga é parte da unidade, mas não pode gerar prejuízo a terceiros.
Visitas: condomínio não pode proibir, mas pode controlar
Muitos moradores acreditam que o condomínio pode vetar visitas. Isso não é verdade.
A legislação e a jurisprudência protegem o direito de o proprietário receber quem quiser. Porém, o condomínio pode estabelecer controles razoáveis, como:
-
Identificação obrigatória
-
Registro na portaria
-
Limitação de acesso a áreas comuns
-
Responsabilização do morador pela conduta da visita
O que não pode é impedir arbitrariamente uma entrada sem justificativa legal.
Impactos diretos para quem mora em condomínio
Com essas mudanças, cresce a importância do regimento interno atualizado. Prédios que ignorarem essas novas interpretações correm riscos de:
-
Processos por discriminação
-
Multas administrativas
-
Acidentes com responsabilização do síndico
A recomendação é clara: condomínios precisam revisar regras agora, antes que a lei bata à porta.
As novas normas transformam o condomínio em um espaço mais igualitário, porém exigem gestão mais profissional.
Quem ignorar as mudanças corre riscos. Já quem se adapta, evita brigas, processos e prejuízos financeiros.
