A Finlândia se tornou referência mundial ao adotar um modelo de multas que varia conforme a renda de quem comete a infração. A proposta busca equidade e impacto real, já que uma penalidade fixa não pesa da mesma forma para pessoas com condições financeiras diferentes.
Esse formato, chamado de day-fine, vira e mexe volta aos debates internacionais. No Brasil, entretanto, a pergunta que sempre surge é: será que um sistema assim funcionaria aqui?
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O que é o sistema finlandês e como ele calcula o valor da multa?
O modelo da Finlândia utiliza três elementos principais.
- Primeiro, a gravidade da infração, que define quantas “unidades de dia” serão aplicadas.
- Depois, a renda líquida anual do motorista, dividida por 365 para chegar ao valor diário.
- Por fim, a multa final é o resultado da multiplicação entre renda diária × unidades de dia.
Assim, na prática, isso cria penalidades muito mais ajustadas à realidade econômica do infrator.
Quem ganha menos paga menos; quem ganha mais paga muito mais. Não se trata de “punir ricos”, mas de garantir que a multa tenha impacto equivalente para todos.
Casos famosos chamam atenção: empresários já receberam multas superiores a € 100 mil por excesso de velocidade, enquanto pessoas de baixa renda acabam pagando valores significativamente menores.
Por que esse sistema é visto como mais justo?
A lógica é simples: uma multa fixa de R$ 130 pesa para algumas famílias, mas é irrelevante para quem recebe altos salários.
O day-fine tenta equilibrar isso ao garantir que todos sintam a consequência da infração, o que tende a reduzir a reincidência.
Além disso, especialistas avaliam que a sensação de justiça aumenta o cumprimento voluntário das regras e melhora a confiança social no sistema de punições.
Daria certo no Brasil? Quais seriam os desafios?
A implementação desse modelo no Brasil traria oportunidades, mas também obstáculos. Entre os pontos positivos, está a possibilidade de criar um sistema mais proporcional e educativo, evitando que multas sejam vistas apenas como “taxas para dirigir errado”.
Porém, surgem desafios significativos:
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Informalidade: grande parte da população não tem renda formal registrada, o que dificultaria o cálculo das penalidades.
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Burocracia: seria necessário integrar bases de dados entre Receita Federal, Detrans e prefeituras.
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Desigualdade extrema: as diferenças de renda são muito maiores do que nos países nórdicos, o que poderia gerar discussões jurídicas intensas.
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Percepção pública: a população poderia enxergar o sistema como punitivo demais ou desigual, até compreender seu propósito.
Mesmo assim, especialistas dizem que um modelo híbrido — com multas proporcionais para infrações graves e reincidentes — poderia ser testado.
