Uma campanha publicitária da Havaianas para o verão 2025/2026, acabou se tornando um tiro no pé, gerando uma das maiores polêmicas de marketing do anos. O episódio mostra como o ambiente político polarizado no Brasil pode transformar uma peça criativa em crise de imagem.
O vídeo é estrelado pela atriz Fernanda Torres, que diz a frase: “Desculpa, mas eu não quero que você comece 2026 com o pé direito.”
Em seguida, a atriz explica que a ideia da marca é incentivar as pessoas a começarem o ano “com os dois pés”, ou seja, com intensidade, atitude e entrega total.
Apesar do conceito criativo, a escolha das palavras de gatilho, realmente surtiram efeito, mas o disparo foi para o lado errado, sendo rapidamente readaptada fora do contexto original.
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Por que a campanha foi politizada nas redes sociais?
Como 2026 será um ano eleitoral, o termo “pé direito” passou a ser associado por grupos conservadores à Direita política.
A partir dessa leitura, a propaganda foi acusada de conter uma mensagem ideológica subliminar.
A reação foi imediata. Parlamentares, influenciadores e usuários passaram a pedir boicote à Havaianas. Vídeos mostrando pessoas jogando fora ou cortando sandálias da marca viralizaram, reforçando a narrativa de que a empresa teria assumido um posicionamento político.
Mesmo sem qualquer confirmação oficial de intenção ideológica, a crise ganhou força nas redes, mostrando como interpretações simbólicas podem se sobrepor ao discurso original da marca.
Como a Ipanema se beneficiou da crise da concorrente?
Enquanto a Havaianas enfrentava críticas, a Ipanema, marca da Grendene, acabou se tornando a principal beneficiada do episódio. O movimento não partiu de uma campanha institucional, mas sim da reação do público.
O empresário Luciano Hang publicou uma foto usando sandálias Ipanema com a legenda: “Começando o ano com o pé direito.
Nesse verão eu só vou usar Ipanema.” A publicação foi interpretada como uma resposta direta à polêmica.
Começando o ano com o pé direito 🩴
Nesse verão eu só vou usar Ipanema, e você? pic.twitter.com/gfZzcCuOTu
— Luciano Hang (@LucianoHangBr) December 21, 2025
Além disso, os perfis oficiais da Ipanema foram inundados por novos seguidores e comentários positivos.
Muitos internautas passaram a tratar a marca como alternativa à Havaianas, em um claro movimento de substituição de consumo.
O que esse caso ensina sobre marketing no Brasil atual?
Analistas de marketing já apontam o episódio como um exemplo clássico de marketing de risco em tempos de polarização.
Mesmo conceitos criativos bem estruturados podem gerar crises quando o contexto político se sobrepõe à mensagem.
Enquanto a Havaianas lida com desgaste de imagem, a Ipanema surfou no chamado marketing reverso, ganhando visibilidade sem investir em campanhas agressivas.
O caso reforça que, no Brasil atual, timing e escolha de palavras são tão estratégicos quanto o próprio conceito criativo.





