A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) está planejando uma nova linha ferroviária que promete conectar o litoral paulista ao Vale do Ribeira, numa rota inédita até então.
A proposta visa ligar Santos a Cajati em cerca de 223,6 km, com 13 estações no percurso, oferecendo uma alternativa ao transporte rodoviário.

(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
O projeto é conhecido como linha Santos–Cajati e está em fase funcional, com estudos de viabilidade.
A CPTM já contratou estudos para levantamento topográfico e georreferenciamento para definir o traçado exato.
O trem pretende operar em três modalidades diferentes:
- Serviço expresso (menos paradas);
- Serviço parador entre Santos e Peruíbe;
- Serviço parador entre Peruíbe e Cajati.
Tempo de viagem, estações e tecnologia prevista
- O tempo estimado para o trajeto expresso entre Santos e Cajati é de 2h20 ;
- Para o transporte de cargas, a previsão é de até 3 horas para percorrer todo o trecho.;
- As estações previstas são 13, passando por cidades como Santos, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Itariri, Pedro de Toledo, Miracatu, Juquiá, Registro, Jacupiranga e Cajati;
- Parte do traçado será em via elevada, especialmente no litoral, para atravessar áreas urbanas densas;
- Em relação à tecnologia, o trem deverá usar composições autopropulsadas, com propulsão híbrida a bateria ou biodiesel, em vez de depender de fiação aérea (catenária);
- Também está prevista adoção do sistema de controle europeu ETCS nível 2.
Importância regional e desafios da nova linha de trem
Benefícios esperados
- Integração regional: a linha vai ligar cidades costeiras e do interior, facilitando deslocamentos entre litoral e Vale do Ribeira.
- Alívio no trânsito rodoviário: menos ônibus e veículos podem repercutir na segurança das estradas e na redução de emissão de poluentes.
- Desenvolvimento econômico: a ligação pode estimular investimentos locais, turismo e logística regional (porto + interior).
- Melhor acesso a serviços: moradores de regiões do Vale do Ribeira poderão ter acesso mais rápido a serviços de saúde, educação e comércio no litoral ou em cidades conectadas.
Desafios e incógnitas
- Viabilidade econômica e custo: o projeto exige recursos elevados e estudos aprofundados para permitir execução.
- Recuperação de infraestrutura: parte do traçado utiliza ferrovias antigas ou abandonadas, que precisam ser adaptadas ou reconstruídas.
- Impactos ambientais e técnicos: é preciso avaliar solos, relevo, possíveis túneis ou cortes na Serra do Mar, e áreas de preservação.
- Separação de tráfego de passageiros e carga: evitar conflitos entre trens de carga e de passageiros será um ponto importante do projeto.
- Prazo de conclusão dos estudos: algumas fontes indicam que os estudos podem ficar prontos até 2028.