O uso da cannabis tem crescido em diversos países, especialmente após a legalização em algumas regiões.
Contudo, estudos recentes nos Estados Unidos acenderam um alerta importante sobre uma condição grave ligada ao consumo prolongado da substância.
Trata-se da Síndrome de Hiperêmese Canabinoide (CHS), um distúrbio que provoca crises intensas de vômitos, dores abdominais e desidratação.
Embora rara, a condição vem sendo cada vez mais detectada em prontos-socorros americanos.
O que é a Síndrome de Hiperêmese Canabinoide?
A CHS é uma condição associada ao uso frequente e prolongado de maconha, geralmente por anos. Os sintomas principais incluem:
-
Náuseas persistentes
-
Vômitos repetidos e incontroláveis
-
Dor intensa no abdômen
-
Perda de apetite
-
Sensação de fraqueza extrema
Um detalhe curioso é que muitos pacientes relatam alívio temporário ao tomar banhos quentes, o que ajuda médicos a suspeitar do diagnóstico.
Porém, apesar do alívio momentâneo, os sintomas retornam com força caso o uso da cannabis continue.
O que os estudos dos EUA revelam?
Hospitais norte-americanos identificaram aumento expressivo de casos nos últimos anos. Pesquisadores associam esse crescimento a dois fatores principais:
-
Popularização da cannabis recreativa
-
Aumento da potência do THC (principal composto psicoativo)
Atualmente, algumas variedades apresentam concentrações muito mais altas do que há duas décadas.
Com isso, o organismo passa a sofrer uma sobrecarga dos receptores canabinoides, afetando diretamente o controle do sistema digestivo.
Médicos alertam que muitos pacientes chegam a ser internados repetidamente sem saber que o motivo da crise está no uso contínuo da droga.
Quais são os riscos para a saúde?
Embora não seja fatal na maioria dos casos, a CHS pode gerar complicações sérias, como:
-
Distúrbios eletrolíticos
-
Problemas renais
-
Fraqueza extrema
-
Crises de ansiedade associadas à dor
Além disso, a reincidência é comum caso o uso da substância não seja interrompido.
Existe tratamento?
Não há remédio específico que “cure” a síndrome. O tratamento mais eficaz é simples, porém difícil para muitos usuários: interromper totalmente o consumo de cannabis.
Com a suspensão, os sintomas tendem a desaparecer progressivamente em dias ou semanas. Em casos mais graves, é necessário acompanhamento médico e internação.

Cannabis é sempre perigosa?
Não. A síndrome não afeta todos os usuários. No entanto, ela desmistifica a ideia de que a cannabis é totalmente inofensiva.
O caso, portanto, reforça que, mesmo substâncias consideradas “naturais”, podem provocar efeitos graves, especialmente quando usadas em excesso e sem orientação médica.





