A criação industrial de camarão, conhecida como carcinicultura, cresce de forma acelerada no Brasil e no mundo. O avanço da tecnologia, somado ao aumento do consumo, transformou esse mercado em um dos mais lucrativos da aquicultura.
Além disso, novos métodos de produção tornaram a atividade mais eficiente, apesar dos impactos ambientais ainda gerarem debate.
Como funciona a criação industrial de camarão?
A produção acontece em viveiros escavados, tanques ou sistemas fechados, que simulam o ambiente natural da espécie.
Assim, o produtor inicia o ciclo com a colocação das chamadas pós-larvas, adquiridas em laboratórios especializados.
Em seguida, a engorda ocorre com ração balanceada e controle rigoroso da qualidade da água. Oxigenação, temperatura, salinidade e pH são monitorados diariamente, pois qualquer alteração pode comprometer toda a produção.
Atualmente, muitos produtores adotam o sistema de bioflocos. Ele reutiliza resíduos orgânicos como alimento, o que reduz desperdícios e diminui o consumo de água.
Como resultado, o custo de produção cai enquanto a produtividade aumenta.
O ciclo completo varia de dois a quatro meses, dependendo da espécie e do sistema utilizado.
Após esse período, ocorre a despesca, quando os camarões são retirados, selecionados e enviados para processamento ou comercialização.
Por que o setor de produção de camarão está crescendo tanto?
De fato, o consumo mundial de camarão aumentou de forma consistente nos últimos anos. O alimento é visto como saudável, rico em proteínas e fácil de preparar, fatores que impulsionam a demanda.
No Brasil, o clima quente favorece a atividade, principalmente no Nordeste. Estados como Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco concentram boa parte da produção.
Outro ponto relevante é o avanço tecnológico. Sistemas automatizados, genética melhorada e controle sanitário aumentaram a taxa de sobrevivência dos animais. Dessa forma, o produtor colhe mais em menos tempo.
Além disso, o camarão possui alto valor comercial, o que atrai novos investidores para o setor. Para muitos produtores, a carcinicultura se tornou mais rentável do que atividades agrícolas tradicionais.
E o meio ambiente? Desafios da produção
Apesar do crescimento, a criação industrial enfrenta críticas. A principal delas está relacionada à poluição de solos e rios, quando há descarte inadequado de resíduos.
Além disso, áreas de manguezais foram afetadas em várias regiões. Afinal, este ecossistema é essencial para o equilíbrio ambiental e funciona como berçário natural de diversas espécies.
Outro problema recorrente envolve doenças que se espalham rapidamente em ambientes de alta densidade. Sem controle sanitário adequado, um único foco pode gerar prejuízos milionários.
Por isso, cresce a pressão por regulamentação e certificações ambientais. A produção sustentável de camarão, portanto, se tornou uma exigência de mercado, especialmente para exportação.
A carcinicultura se fortaleceu como uma das maiores apostas do agronegócio brasileiro. O setor une tecnologia, alto valor de mercado e geração de empregos, porém exige responsabilidade ambiental.
O futuro da produção depende do equilíbrio entre crescimento econômico e preservação. Quem investir em sustentabilidade, inovação e controle sanitário tende a liderar o mercado nos próximos anos.
