Nesta segunda-feira (06), a Anvisa determinou o recolhimento de 78 cosméticos irregulares em todo o país.
A medida, entretanto, chega pouco depois da proibição das unhas de gel na União Europeia. Tema que, aliás, reacendeu o debate sobre a segurança de produtos estéticos e o controle de substâncias químicas no setor de beleza.
Enquanto a Europa endurece regras sobre esmaltes e géis, o Brasil amplia a vigilância sobre cosméticos vendidos sem registro.
Quais produtos foram suspensos pela Anvisa?
A resolução publicada em 3 de outubro de 2025 (RE nº 3.898) determinou a suspensão da fabricação, venda e propaganda de dezenas de produtos que estavam irregulares.
A maioria pertence à empresa Cosmoética Indústria e Comércio de Cosméticos Ltda., além de itens das marcas Ozonteck e Vegan do Brasil. Entre os recolhidos, inclusive, estão:
Sabonete Líquido OX3 Ozonteck
Tônico Capilar Ozonizado Revita Tonic Ozonteck
Creme Dental Ozonizado Ozon Fresh Ozonteck
Gel Corporal Ozonizado Mind Chai Ozonteck
Óleo de Girassol Ozonizado Sofh Ozonteck
Gel Massageador Ozonizado Life Shii Ozonteck
Leave In Kids Ozon Splash Ozonteck
Condicionador Kids Ozon Splash Ozonteck
Truss Máscara Capilar Selante Blond
Botox Queen Hair
Segundo a Anvisa, muitos desses produtos foram apenas notificados, e não registrados, descumprindo assim, a exigência legal para fórmulas com ingredientes ativos.
O que motivou o recolhimento pela Anvisa?
De acordo com a agência, os produtos apresentavam alegações farmacológicas, ou seja, prometiam efeitos terapêuticos que não cabem a cosméticos. Além disso, tinham falhas de rotulagem e ausência de comprovação de segurança.
A determinação prevê o recolhimento imediato de todos os lotes e proíbe sua distribuição ou uso.
A Anvisa, portanto, reforça que produtos sem registro não têm garantia de qualidade, segurança ou eficácia, podendo causar reações adversas e riscos à saúde.

O caso das unhas de gel: um alerta global
No mesmo período, a União Europeia proibiu ingredientes tóxicos usados em géis e esmaltes semipermanentes, como o TPO (Trimethylbenzoyl Diphenylphosphine Oxide) e o DMTA (Dimethyltolylamine).
Essas substâncias foram classificadas como tóxicas à reprodução e mutagênicas.
No Brasil, a técnica de unhas de gel ainda não é proibida, mas especialistas apontam que o país pode seguir a tendência internacional.
A Anvisa, inclusive, monitora substâncias que possam representar risco à saúde ou exigir registro específico.
O que muda para o setor de beleza?
As medidas mostram, antes de tudo, um movimento de endurecimento regulatório no setor de estética.
De um lado, cresce a exigência de registro e comprovação técnica; de outro, consumidores passam a cobrar mais transparência sobre o que aplicam na pele, no cabelo ou nas unhas.
O mercado, portanto, entra em uma nova fase: menos fórmulas improvisadas e mais segurança química e rastreabilidade.
A recente decisão da Anvisa e a proibição europeia reforçam o mesmo alerta: beleza não pode colocar a saúde em risco.
Com mais rigor nas fórmulas e controle sobre ingredientes, o futuro do setor caminha para uma estética mais responsável e segura — tanto nos salões quanto nas prateleiras.