A expressão “shutdown” vem sendo muito usada nos Estados Unidos, e refere-se a uma paralisação parcial ou total das atividades do governo federal norte-americano. O fenômeno ganha destaque porque atinge milhões de norte-americanos.

(Foto: I.A/Sora)
O shutdown atigniu desde servidores públicos federais até beneficiários de programas sociais. Neste artigo, vamos explicar o que é um shutdown, por que ele ocorre, quais são os seus impactos e por que ele gera tanto alarme.
O que é um shutdown?
Um governo entra em shutdown quando o United States Congress não aprova as leis de financiamento necessárias para manter as agências federais em funcionamento ou não sanciona uma medida provisória de autonomia (chamada “continuing resolution”) que permita manter os recursos enquanto se negocia o orçamento.
Quando isso acontece, as agências federais são obrigadas a suspender funções consideradas “não essenciais”, colocando funcionários em regime de licença (furlough) ou exigindo que continuem trabalhando sem remuneração até que o financiamento volte.
Por que o shutdown acontece?
Há duas razões principais para um shutdown:
- Impasse orçamentário — O Congresso e o presidente não chegam a um acordo sobre o montante ou destino dos gastos públicos antes do início do novo ano fiscal (em geral 1º de outubro nos EUA).
- Negociações políticas intensas — Disputas partidárias sobre políticas públicas-chave (como saúde, segurança, impostos) entram na pauta dos cortes orçamentários e dificultam a aprovação das leis de financiamento.
No caso atual dos EUA, o shutdown começou em 1º de outubro de 2025, após o fim da autorização de gastos para o ano fiscal de 2026, e já se tornou o mais longo da história norte-americana.
Quem e o que está sendo afetado?
- Estima-se que aproximadamente 750.000 funcionários federais foram colocados em licença não remunerada (furlough) e milhões de outros continuam trabalhando sem pagamento.
- Serviços públicos essenciais ainda funcionam, como defesa, segurança nacional, e algumas atividades de saúde, mas muitas agências veem suas operações reduzidas ou totalmente suspensas.
- Programas de alimentação ou assistência social ficam vulneráveis: por exemplo, o benefício Supplemental Nutrition Assistance Program (SNAP) está em risco de suspensão ou redução de entregas.
- Transporte e aviação são impactados: faltam controladores de tráfego aéreo ou há redução de operações pela falta de recursos.
- A economia nacional sofre: segundo estimativas, o shutdown pode custar vários bilhões de dólares por semana, reduzir o crescimento do PIB e gerar incerteza nos mercados.
Qual a gravidade da crise atual?
O shutdown de 2025 já entrou para os livros por ser o mais prolongado da história dos EUA. Além disso, os custos acumulados aumentam conforme o tempo passa: impacto sobre famílias que dependem de programas federais, empresas que prestam serviços ao governo, e confiança dos investidores.
O que pode mudar ou como isso pode ser resolvido?
Para que o shutdown termine, são necessárias algumas condições:
- Aprovação de um projeto de lei de financiamento pelo Congresso, ou um acordo de continuidade que permita manter as agências funcionando até uma solução completa.
- Compromissos de ambas as partes — Legislativo e Executivo — para resolver as divergências sobre temas como saúde, impostos e programas sociais.
- Uma retomada da confiança para que funcionários federais recebam seus salários retroativos e os serviços sejam normalizados.





