O espaço profundo acaba de enviar mais um mensageiro misterioso. O 3I/ATLAS, descoberto em 1º de julho de 2025 pelo telescópio ATLAS, no Chile. Ele, inclusive, é apenas o terceiro objeto interestelar já confirmado pela humanidade.
A princípio, parecia ser apenas mais um cometa. Porém, rapidamente, os dados começaram a assustar até os astrônomos mais experientes.
Com uma trajetória hiperbólica, o 3I/ATLAS não pertence ao nosso Sistema Solar. Ou seja, ele está apenas passando e provavelmente nunca mais voltará.
Mas, enquanto cruza nosso espaço, vem revelando características químicas e luminosas completamente inéditas.
O cometa que desafia a física conhecida?
Os primeiros estudos apontam que o 3I/ATLAS tem uma proporção de CO₂ para H₂O de 8:1, algo jamais visto em qualquer outro cometa.
Essa anomalia sugere que ele se formou em um sistema planetário com condições radicalmente diferentes das nossas.
Mesmo distante do Sol, o objeto já está liberando cerca de 40 quilos de água por segundo — como uma mangueira cósmica sob pressão.
Essa emissão massiva de vapor intrigou a NASA, que enviou sondas como a ExoMars TGO e a Mars Express para registrar a passagem quando o cometa cruzou a órbita de Marte no início de outubro.
As imagens revelaram uma cauda crescente e uma nuvem de poeira assimétrica, confirmando que o núcleo (com até 5,6 km de diâmetro) está em plena atividade.
Mistério e especulações
A trajetória e a composição incomuns do 3I/ATLAS geraram especulações. O renomado astrofísico Avi Loeb, de Harvard, levantou a hipótese de que o objeto poderia ser uma sonda alienígena desgastada.
Sem dúvida, uma hipótese rapidamente descartada pela NASA como sem evidências sólidas.
Ainda assim, o comportamento do cometa continua estranho. Sua emissão verde fluorescente e a presença de moléculas como cianeto e níquel levantam novas perguntas sobre sua origem. “
Estamos observando algo que nunca vimos antes”, disse um pesquisador da ESA.

Sem risco, mas com muito a revelar
Apesar do tom alarmante, o 3I/ATLAS não oferece risco à Terra. Sua aproximação mínima será de cerca de 270 milhões de quilômetros, ou seja, uma distância confortável. O perigo, se existe, está apenas em desafiar o que pensamos saber sobre o Universo.
Enquanto avança rumo ao periélio — o ponto mais próximo do Sol, previsto para 30 de outubro de 2025 —, o cometa promete se tornar um laboratório natural sobre os mistérios de sistemas planetários desconhecidos.
O 3I/ATLAS é mais do que um cometa: é um lembrete cósmico de que não estamos sozinhos no desconhecido. Sua visita passageira pode mudar nossa compreensão sobre como mundos distantes nascem, vivem e morrem.