Redução no valor do auxílio emergencial amplifica miséria brasileira. Nessa semana, um levantamento feito pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (Made-USP), relevou que cerca de 61,1 milhão de pessoas estão vivendo na pobreza, com os cortes do coronavoucher.
Uma nova rodada do auxílio emergencial já está circulando por todo o país, mas isso não significa que toda a população de baixa renda foi inclusa. Neste ano, atendendo aos seus interesses orçamentários, o governo federal reduziu em 50% o valor das mensalidades do projeto.
Além disso, o número total de contemplados conta com 25 milhões de pessoas a menos, em comparação com 2020.
Pesquisa emitem alerta de extrema pobreza
De acordo com estudos desenvolvidos na USP, o Brasil vem alavancando seus números de pobreza, extrema pobreza e miséria. Mais de 80 milhões de pessoas vivenciam diariamente e fome e falta de direitos como moradia, educação e saúde.
Atualmente, a média da pobreza vem sendo medida de acordo com a renda mensal per capita (por pessoa) menor que R$ 469 por mês, ou seja, US$ 5,50 por dia. O critério de contabilidade é determinado pelo Banco Mundial, o que significa que o Brasil está entre os maiores índices de fome na América Latina.
Até 2019, o número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza era de 51,9 milhões. Desse modo, há 9,1 milhões de brasileiros a mais vivendo em situações precárias. Antes da pandemia a população extremamente pobre era de 13,9 milhões.
Cortes no auxílio emergencial
Na última semana, o governo federal passou a fazer os pagamentos do auxílio emergencial. O projeto seria responsável por reduzir as estatísticas acima, porém com os cortes em seu orçamento vem mostrando um efeito nem tão relevante quanto o esperado.
De acordo com a LDO adotada pelo ministério da economia, serão investidos cerca de R$ 44 bilhões no coronavoucher. Isso significa que a mensalidade foi cortada em torno de 50%, caindo seu valor máximo de R$ 1.200 em 2020 para R$ 375 em 2021.
Por fim, o governo não só reduziu o número total de contemplados, como também não incluiu todos aqueles que foram desempregados entre o fim de 2020 e o início de 2021.
O recebimento na atual rodada só será concedido para quem estava cadastrado desde o primeiro semestre do ano passado, quando foi iniciado o benefício.