Na tarde desta terça, 7, Jair Bolsonaro afirmou que o aumento de 39% no preço do gás anunciado recentemente pela Petrobras é “inadmissível”. Segundo o presidente, apesar de não intervir na empresa, ele disse que a política de preços da estatal pode ser alterada.
Durante seu discurso na cerimônia de posse do novo diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Bolsonaro disse que a Petrobras deve ter mais do que transparência, precisa de previsibilidade.
“É inadmissível se anunciar agora, o velho presidente (da Petrobras) ainda, o reajuste de 39% no gás. É inadmissível! Que contratos são esses? Que acordos foram esses? Foram feitos pensando no Brasil?. Não vou interferir, a imprensa vai dizer o contrário. Mas podemos mudar essa política de preço lá”, disse.
As declarações do presidente vem logo após o anúncio feito pela Petrobras na última segunda, 5, a respeito do aumento de 39% no preço de venda do gás natural para as distribuidoras a partir do início do próximo mês. Este é um aumento trimestral previsto em contrato.
Em meio a divergências a respeito da política de preços de combustíveis utilizada pela Petrobras, Bolsonaro decidiu retirar Roberto Castello Branco do cartão de presidente-executivo da estatal.
No lugar de Castello Branco, entrou o general da reserva Joaquim Silva e Luna, que ocupava a diretoria-geral brasileira de Itaipu. A decisão de Bolsonaro casou forte reação no mercado financeiro, com uma queda acentuada nas ações da Petrobras na B3.
Ainda em seu discurso na cerimônia, Bolsonaro falou também da necessidade de retirar do Congresso o projeto de lei que alterava a forma de cobrança do ICMS sobre os combustíveis pelos Estados.
Esta era uma das apostas do presidente para tentar diminuir o preço dos combustíveis. Porém, o PL estava sofrendo resistência dos governadores. Segundo ele, uma nova proposta será enviada em 15 dias.
Bolsonaro disse que a previsibilidade na política de preços da Petrobras é necessária e que os brasileiros não podem conviver com a “sanha arrecadatória” do governo federal e dos governos estaduais.
“O que nós queremos é transparência. Vocês têm que saber quanto o governo federal arrecada de imposto em cada combustível e quanto os governadores arrecadam com os mesmos combustíveis. Isso é pedir muito? A previsibilidade é para vocês, consumidores”, disse.