Inflação atingiu mais fortemente famílias de baixa renda em 2020, segundo Banco Central

Segundo um relatório antecipado pelo Banco Central, as famílias com rendas de 1 a 3 salários mínimos, que gastam maior parte de seu orçamento doméstico com alimentação, foram as mais afetadas pela inflação em 2020. As classes mais ricas, que têm despesas maiores com serviços, foram menos afetadas.

Famílias mais simples foram as mais impactadas pela alta de preços dos alimentos nos últimos meses, diz BC (Imagem: Adobe Stock)

O BC publicou três boxes de seu Boletim Regional, antecipadamente, nesta última quinta-feira (12). O relatório completo será divulgado ainda hoje (13). A autoridade monetária divulgou que a pandemia da covid-19 tem influenciado no aumento dos preços no Brasil desde março deste ano.

“Por um lado, distanciamento social, aumento do desemprego e retração da atividade deprimiram os preços de diversos serviços. Por outro, a depreciação cambial os programas de transferência de renda e o aumento dos gastos com alimentação no domicílio pressionaram os preços dos alimentos”.

Segundo o Banco Central, a inflação deste ano tem afetado de maneira reversa ao nível de renda, afetando principalmente as famílias que recebem de 1 a 3 salários mínimos por mês. Mesmo assim, destacam que a inflação para essa parte da população ainda é baixa, de 2,29% no acumulado do ano.

“A análise evidencia inflação de alimentos mais elevada no Norte e no Nordeste, inclusive para a faixa de renda mais baixa, o que sugere algum efeito do auxílio emergencial a pessoas em situação de vulnerabilidade, mais significativo nessas regiões, sobre a demanda desses produtos”.

As classes mais ricas, principalmente no Sul e Sudeste do país, que têm despesas maiores com serviços de passagens aéreas, transporte por aplicativos e hospedagens, foram menos afetadas, pois estes segmentos ainda estão sendo afetados pelo distanciamento social e não têm sofrido aumento nos preços.

Os itens mais inflacionados e que causaram impactou às famílias mais pobres, foram os cereais (principalmente o arroz), leguminosas, oleaginosas (óleo), carnes e os leites e seus derivados. Já as famílias mais ricas, notaram a inflação em automóveis novos, plano de saúde e alimentação fora do domicílio.