Nestes últimos dez anos, os pedidos de falência de empresas tiveram o menor patamar em 2020. De acordo com o balanço divulgado pela Serasa Exeperian nesta quarta-feira (4), foram 754 solicitações entre os meses de janeiro e setembro. Nos nove primeiros meses de 2019, o número foi de 1.100 pedidos. Já com relação ao mesmo período de 2011, houve quase 50% menos solicitações.
O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, destaca que a diminuição dos pedidos de falência possui relação com a postura das empresas em buscar medidas para lidar com a situação de maneira mais eficiente que os meios judiciais.
Com algumas exceções, número de falências requeridas, de janeiro a setembro, vem registrando queda sequencial ao longo dos anos. No ano de 2016, o número foi de 1.405. Em 2017, a quantidade caiu para 1.329, seguida de 1.091 em 2018.
“O pedido de falência está caindo em desuso. Antes, quando uma empresa atrasava os pagamentos era muito comum o pedido de falência. Hoje, existem diversas ferramentas que a ajudam a evitar essa medida”, comenta.
Esses pedidos também tiveram queda na última comparação mensal. A quantidade requerida em setembro foi de 82. Em agosto, o número era de 102 — o que indica queda de 19,6%.
“Estamos tendo um ano bem diferente em todos os sentidos. Com o isolamento social as empresas tiveram que se redescobrir e inovar, pensando em estratégias para sobreviverem num momento tão difícil”, prossegue.
Pedidos de falência por porte
O balanço apontou que as micro e pequenas empresas mais pedidos de falência que as médias e grandes empresas somadas. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, as micro e pequenas empresas tiveram 417 requerimentos, as médias empresas registraram 146 e as grandes empresas 191.
Neste período analisado do ano passado, o número foi de 590 para as micro e pequenas empresas, 256 para as médias e 254 para as grandes.
Pedidos por setor
O setor de serviço teve a maior quantidade de solicitações de falência este ano, com 348 nos primeiros nove meses do ano. No mesmo período de 2019, houve registro de 481 pedidos.
Em seguida, a indústria teve a marca de 228. O comércio, por sua vez, somou 176 no período. O setor primário teve 2 pedidos.