CNH do Brasil: Governo Lula prevê 80% de desconto para a 1ª habilitação

SALESóPOLIS, SP — O “CNH do Brasil” é o novo programa do governo federal, anunciado em 9 de dezembro de 2025, que reformula o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no país.

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CNH do Brasil: Governo Lula prevê 80% de desconto para a 1ª habilitação
(Foto: I.A)

A iniciativa visa tornar a habilitação mais acessível e barata, flexibilizando etapas tradicionalmente obrigatórias — como aulas em autoescola — e modernizando o procedimento com apoio digital. 

De acordo com o governo, a reforma responde à realidade de que pelo menos 20 milhões de brasileiros dirigem sem habilitação — muitas vezes por não conseguirem arcar com os custos do processo atual. 

Principais mudanças nas regras para tirar a 1ª CNH

As alterações promovidas pelo programa envolvem várias mudanças estruturais no processo. Entre os principais pontos estão:

  • Fim da obrigatoriedade de frequentar autoescola: não será mais obrigatório que o candidato procure uma autoescola tradicional para fazer o curso teórico e as aulas práticas. Agora, o processo pode ser iniciado diretamente pelo site do governo ou por meio do aplicativo da Carteira Digital de Trânsito (CDT). 
  • Curso teórico gratuito e digital: o conteúdo teórico será disponibilizado online, sem custos para o candidato. Quem preferir, ainda poderá optar pelo formato presencial em autoescolas ou instituições credenciadas.
  • Redução da carga mínima de aulas práticas: a exigência de, no mínimo, 20 horas-aula foi reduzida — em muitos casos, a carga mínima cai para cerca de 2 horas.
  • Maior flexibilidade para as aulas práticas: o candidato poderá optar por aulas com instrutor autônomo credenciado pelo Detran, usar veículo próprio ou veículo de autoescola, conforme conveniência. 
  • Provas e exigências mínimas mantidas: apesar das flexibilizações, continuam obrigatórias as provas teórica e prática do Detran, bem como exames médicos e coleta biométrica. 
  • Segundo teste prático gratuito em caso de reprovação: quem não for aprovado na primeira prova prática terá direito a uma segunda tentativa sem custo adicional.
  • Fim do prazo máximo para concluir o processo: não haverá mais prazo fixo para que o candidato conclua todas as etapas da habilitação — aumentando a flexibilidade.
  • Renovação automática para “bons condutores”: o governo também prevê, como parte do pacote, a renovação automática e gratuita da CNH para motoristas que não tenham infrações no ano anterior à renovação. 

Impactos esperados e justificativas do governo

Democratização do acesso

Com o novo modelo, o governo espera que a CNH deixe de ser um artigo de luxo, acessível apenas para quem pode pagar — abrindo a possibilidade de habilitação para pessoas de baixa renda, jovens, mulheres e trabalhadores que precisam da carteira para buscar oportunidades profissionais. 

Estima-se que milhões de brasileiros hoje dirigem sem habilitação — em alguns levantamentos mencionam cerca de 20 milhões — justamente porque não suportam os custos que podem superar R$ 3 mil ou até R$ 5 mil. 

Flexibilidade e modernização

O uso de tecnologia para disponibilizar aulas teóricas gratuitamente, juntamente com a possibilidade de aulas práticas com instrutor autônomo, aproxima o Brasil de modelos adotados em países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Japão e outros, onde a formação de condutores é mais flexível. 

Para os candidatos, as vantagens incluem menos burocracia, mais liberdade para escolher como e quando estudar, e remuneração mais justa — pagando só pelas horas efetivamente necessárias. 

Segurança viária e regularização

O governo argumenta que, ao facilitar o acesso à habilitação, será possível reduzir significativamente o número de pessoas que dirigem sem carteira — o que não só regulariza o trânsito, mas também contribui para uma fiscalização mais efetiva e, potencialmente, para mais segurança viária.

Críticas e desafios levantados na emissão da CNH

Apesar dos benefícios anunciados, a reforma não é vista por todos como algo totalmente positivo. Há preocupações, sobretudo de especialistas, sobre os possíveis impactos à segurança no trânsito, caso a formação seja considerada superficial demais.

Alguns argumentam que menos horas de prática podem não garantir a experiência necessária para dirigir com segurança — especialmente em situações reais de trânsito.

Além disso, há incertezas sobre a fiscalização efetiva de instrutores autônomos, da qualidade das aulas e da padronização do processo de habilitação. A resistência do setor de autoescolas, que pode perder espaço e receita, também é um ponto de debate. 

Quem deve se beneficiar — e quando vale a pena considerar tirar a CNH

Público beneficiado

  • Jovens e trabalhadores de baixa renda que antes não podiam arcar com o custo alto da habilitação.
  • Pessoas que têm pouco tempo ou horários flexíveis — a flexibilidade de ensino permite se adaptar à rotina.
  • Moradores de regiões onde o acesso a autoescolas era limitado.
  • Quem precisa da habilitação para buscar emprego — motoboys, motoristas de aplicativo, entregadores, autônomos, etc.

Quando vale a pena

Com o novo modelo, vale a pena buscar a CNH especialmente se:

  • Você não está com pressa para concluir rapidamente — a eliminação do prazo máximo dá liberdade.
  • Prefere pagar apenas pelo que realmente usar — se já dirige, por exemplo, pode optar por poucas horas de prática.
  • Tem dificuldades financeiras ou mora em local com poucas autoescolas.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com