Tradicionais ou novas criptomoedas: Como distribuir os investimentos no 4º trimestre de 2025

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O último trimestre de 2025 começa com um investidor brasileiro mais exigente. A combinação de Selic elevada e acesso facilitado a cripto via B3 empurra a discussão para alocação. O Copom manteve a taxa básica em 15% ao ano em setembro, preservando um alto custo de oportunidade. Isso exige que a parcela de cripto cumpra um certo papel na carteira, com liquidez que justifiquem a volatilidade.

Selic em 15% significa que o retorno real exigido para ativos de risco segue elevado. Para quem investe em cripto, a régua comparativa é mais dura. O prêmio de risco precisa compensar a alternativa de renda fixa. Ao mesmo tempo, o país já tem uma infraestrutura de pagamentos e de investimento que viabiliza exposição a esse mercado com menos atrito.

O Pix, criado pelo Banco Central, é dominante no varejo e avança para recorrência com o Pix Automático, ampliando casos de uso e digitalização do consumo, um pano de fundo que sustenta a adoção de ativos digitais e on-ramps mais fluidos. Em junho, o BACEN anunciou a estreia do recurso, destacando que o Pix já superou cartões e dinheiro em uso e processa trilhões de reais ao ano.

Para acesso a cripto no ambiente regulado, a B3 lista ETFs setoriais que permitem exposição ampla (cestas) ou específica (Bitcoin, Ethereum). Para o investidor que prefere não lidar com custódia direta, esses veículos oferecem governança e padronização operacional, ainda que sem utilidades nativas como staking ou participação em L2s.

Mas isso só está disponível para os projetos já estabelecidos. Quando o assunto são novas criptomoedas para investir, voltamos para o mercado normal. No entanto, isso não significa, necessariamente, estar fora do ambiente regulado. O Marco Legal dos Criptoativos (Lei 14.478/2022) estabeleceu diretrizes para prestadoras de serviços de ativos virtuais.

E reforçou o papel do Banco Central e da CVM na supervisão do setor, enquanto normas e orientações complementares vêm sendo detalhadas desde então. Para o investidor pessoa física, isso se traduz em maior previsibilidade sobre quem pode operar e sob quais padrões, ainda que continue essencial declarar operações e ganhos.

Mesmo com a ascensão de novas narrativas, o core de cripto continua ancorado em Bitcoin e Ethereum. Em 2025, o mercado global engordou por três trimestres seguidos e retomou a marca de US$ 4 trilhões no Q3, com DeFi e stablecoins puxando a liquidez. Para o investidor brasileiro, isso mostra que o BTC oferece a âncora de escassez e adoção institucional pós-ETFs.

E que o ETH concentra o beta de inovação, infraestrutura de finanças programáveis, rollups e aplicações que expandem a utilidade on-chain. Ao dimensionar esse bloco central, um caminho prudente é começar pela liquidez. Ativos com profundidade em reais, spreads menores e presença em múltiplos venues reduzem o risco operacional.