SãO PAULO (SP) — O Nubank, uma das maiores fintechs do país, terá de passar por mudanças importantes nos próximos meses após a publicação de uma nova regra do Banco Central (BC).

A autoridade monetária proibiu que instituições sem licença específica de funcionamento como banco utilizem os termos “banco” ou “bank” em seus nomes, marcas, domínios de internet ou qualquer forma de comunicação ao público.
A decisão faz parte da Resolução Conjunta nº 17/2025, aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e divulgada pelo BC. A norma já está em vigor, e as empresas afetadas têm até um ano para se adequar, o que leva o prazo máximo até 2026.
Por que o Nubank será afetado?
Embora o Nubank seja amplamente conhecido como um banco digital, juridicamente a empresa não possui autorização para operar como banco. Ela atua como:
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Instituição de pagamento
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Sociedade de crédito
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Corretora de valores
Mesmo com essas autorizações, a fintech não tem licença bancária e, portanto, não pode mais usar o termo “bank”. Isso significa que, caso seja enquadrado pelo BC, o Nubank terá de alterar nome empresarial, marca, site e outras peças de comunicação — ou enquadrar-se de outra forma na regra.
Segundo a empresa disse à imprensa, a regulação não afeta a operação atual e está sendo analisada internamente.
O que diz a nova regra do Banco Central?
O objetivo do BC é evitar que clientes confundam o tipo de serviço oferecido pelas instituições financeiras. De acordo com o texto da autoridade monetária:
“Será vedado às instituições utilizar termos que sugiram atividade ou modalidade de instituição, em português ou em língua estrangeira, para a qual não tenham autorização de funcionamento específica.”
A medida vale para qualquer forma de apresentação ao público:
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Nome empresarial
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Nome fantasia
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Marca comercial
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Domínio de internet
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Redes sociais
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Materiais de marketing
A regra também se estende a conglomerados financeiros: fintechs pertencentes a grupos que tenham ao menos um banco autorizado poderão manter o uso da denominação. Porém, esse não é o caso do Nubank.
Por que a mudança foi implementada agora?
O Banco Central afirma que a medida acompanha o crescimento rápido das fintechs e a necessidade de regras mais claras de transparência e segurança. Muitos consumidores acreditavam que determinadas empresas tinham as mesmas responsabilidades e garantias de um banco tradicional, o que nem sempre era verdade.
O diretor de Regulação do BC, Gilneu Vivan, reforçou o posicionamento:
“Temos observado novos modelos de negócio em que o nome utilizado pela instituição não corresponde ao serviço autorizado. Isso pode gerar confusão ao cliente e risco ao sistema.”
A resolução foi discutida em consulta pública entre fevereiro e maio deste ano e deve atingir entre 15 e 20 instituições financeiras.
Como será o processo de adaptação do Nubank?
As empresas que estiverem utilizando a nomenclatura proibida deverão:
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Enviar ao BC, em até 120 dias, um plano detalhando como será a mudança:
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Procedimentos internos
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Cronograma de execução
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Ajustes operacionais e de comunicação
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Concluir toda a adequação em até 12 meses, ou seja, até o fim de 2026.
Caso o Nubank seja enquadrado na exigência — como prevê a regra —, terá de escolher um novo nome, redefinir marca e reformular toda a comunicação ao público.
O que muda para os clientes?
Apesar do impacto na marca, os serviços oferecidos continuarão funcionando normalmente. A fintech enfatizou que:
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Contas digitais
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Empréstimos
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Investimentos
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Operações via aplicativo
seguem operando sem qualquer alteração.
A mudança é apenas de nomenclatura, não de serviços.
Impacto no mercado financeiro
A padronização fortalece a transparência e ajuda consumidores a entenderem melhor a natureza de cada instituição. Para o BC, isso:
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Reduz riscos de interpretação equivocada;
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Evita que clientes atribuam garantias de banco a empresas que não têm essa licença;
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Cria um ambiente mais seguro diante do avanço de fintechs no país.
O Nubank, por ser uma das marcas mais fortes do Brasil, deve enfrentar o maior desafio de reposicionamento — caso a regra se aplique diretamente à empresa —, mas também poderá usar o período de adequação para criar estratégias que mantenham a fidelidade de seus milhões de clientes.
Com a nova resolução do Banco Central, o Nubank poderá ser obrigado a abandonar o “bank” do nome até 2026, seguindo a regra que proíbe o uso do termo por instituições sem licença bancária. A empresa analisa os impactos, mas afirma que suas operações seguem normalmente.
O mercado agora observa como a fintech irá reagir — e qual nome poderá substituir uma das marcas mais conhecidas do país. Fique atento ao FDR para saber mais atualizações sobre as mudanças no Nubank!

