Nos últimos dias, um caso registrado em uma escola de São Paulo chamou muita atenção e levantou um alerta urgente para pais e responsáveis. Seis adolescentes, com idades entre 13 e 15 anos, passaram mal após ingerirem clonazepam, um medicamento de uso controlado, antes de entrar na escola.
O episódio reacendeu discussões sobre desafios perigosos que circulam em redes sociais. Principalmente no TikTok, e que têm influenciado o comportamento de jovens.
Embora ainda não tenha sido confirmado oficialmente que o caso está ligado diretamente a um “desafio”, o padrão observado coincide com relatos que vêm crescendo na internet:
Tomar remédios para dormir antes de ir à escola e “apagar” durante a aula, como forma de “provar coragem” ou participar de uma brincadeira entre grupos.
O que aconteceu no caso de São Paulo?
De acordo com o Corpo de Bombeiros, as seis crianças ingeriram dois comprimidos cada de clonazepam antes de chegar à escola.
Funcionários perceberam sonolência intensa e acionaram o socorro.
As equipes médicas confirmaram o uso do medicamento após as próprias crianças apresentarem a cartela.
Apesar de terem sido atendidas a tempo e não estarem em risco grave, o caso evidencia um comportamento extremamente perigoso, especialmente porque o clonazepam age diretamente no sistema nervoso central, podendo causar:
- Desmaios
- Perda de coordenação
- Alteração respiratória
- Parada cardiorrespiratória em doses elevadas
O que se sabe sobre o “desafio do remédio”
Relatos em redes sociais vêm apontando a existência de um desafio entre adolescentes que incentiva:
- Tomar ansiolíticos ou sedativos sem prescrição
- Preferencialmente antes de entrar em sala de aula
- Com o objetivo de dormir, desmaiar ou “perder a consciência” diante dos colegas
O problema é agravado pelo fato de que muitos jovens acreditam que medicamento é mais “seguro” que droga, o que não é verdade. Atenção porque o medicamento sem orientação pode matar.
Como identificar se seu filho pode estar envolvido
| Sinal de alerta | O que observar |
|---|---|
| Sonolência repentina ou excessiva | Principalmente logo ao chegar ou sair da escola |
| Mudança de comportamento | Reclusão, apatia ou riso nervoso ao ser questionado |
| Cartelas de remédio sem explicação | Inclusive comprimidos soltos em estojo ou mochila |
| Pesquisa sobre remédios em redes sociais | Especialmente em contas secundárias (perfis “finsta”) |
| Gírias como “apagar”, “sumir” ou “ desligar” | Usadas como sinônimo de desmaiar ou dormir |
O papel dos pais nesse cenário
A escola, ao contrário do que alguns imaginam, não tem como revistar mochilas ou monitorar todos os comportamentos.
Ela pode – e deve – agir quando o problema aparece, como no caso de SP, onde a equipe acionou socorro imediatamente.

Porém, a prevenção começa dentro de casa.
- Controle a guarda de medicamentos na residência
- Não deixe remédios acessíveis
- Converse sobre perigos sem ameaçar ou ridicularizar
- Acompanhe o conteúdo consumido nas redes sociais
Além disso, é fundamental que o adolescente não sinta medo de pedir ajuda. Quanto mais proibitivo for o diálogo, maior o risco de comportamento oculto.
O caso de São Paulo não é único. Pois, a tendência de desafios perigosos envolvendo medicamentos está se espalhando silenciosamente entre jovens.
De todo modo, pais precisam agir agora, antes que novos episódios aconteçam.

