Muitos beneficiários do Bolsa Família devem observar uma redução de cerca de R$ 100,00 no valor mensal entre o fim de 2025 e o início de 2026. À primeira vista, o recuo parece um corte direto do governo.
Porém, na prática, a mudança é referente ao reajuste no Auxílio-Gás, que esrá passando para a nova política social: Gás do Povo. O benefício não deixou de existir, mas vai funcionar de outra forma.
A seguir, vamos entender melhor por que essa diferença aparece, como será a transição até março de 2026 e o que o beneficiário deve fazer para não perder o desconto no gás de cozinha.
O que existia antes: Auxílio-Gás pagava em dinheiro
O Auxílio-Gás transferia para as famílias inscritas no CadÚnico um valor médio equivalente a 100% do preço do botijão de 13kg. Isso dava em torno de R$ 105 e R$ 115 por bimestre.
Esse valor era depositado junto ao Bolsa Família, ou seja, aparecia como renda.
Então, na prática, muitas famílias utilizavam o valor de forma flexível, podendo decidir:
- Comprar o gás naquele mês ou não
- Guardar o valor para uma necessidade urgente
- Reforçar o orçamento da alimentação
Essa liberdade, de fato, fazia o repasse parecer um aumento fixo no benefício mensal.
O que mudou: Gás do Povo não deposita dinheiro
Com a nova política Gás do Povo, o benefício não vai mais para a conta.
Desse modo, o governo está firmando contratos com distribuidoras para garantir botijões com desconto direto na compra. Ou seja:
- Não há mais depósito em dinheiro
- A família paga menos na hora de comprar o botijão
- O valor do benefício aparece no cupom fiscal, e não no extrato bancário
Por isso, quando o beneficiário consulta o app, o saldo parece menor.

Por que muitas famílias sentiram “perda de R$ 100”?
A sensação vem da forma de repasse, e não da extinção do benefício.
Antes, o dinheiro aparecia no extrato bancário. Agora, o desconto só é percebido quando o gás é comprado.
Em outras palavras:
| Antes | Agora |
|---|---|
| Depósito de R$ 95 a R$ 120 na conta | Desconto aplicado diretamente no preço do gás |
| Valor servia para qualquer despesa | Uso exclusivo para compra do botijão |
| Benefício parecia renda | Benefício aparece apenas na compra |
Essa mudança gera a sensação imediata de reajuste negativo.
A transição acontece entre novembro e março de 2026
A troca ocorre de forma progressiva para evitar interrupções. Isso significa que:
- Quem ainda recebeu o Auxílio-Gás em novembro/dezembro está em fase final da transição
- Entre janeiro e março de 2026, o repasse em dinheiro deixa de aparecer
- A partir de então, o desconto passa a ser a regra nacional
Durante esse período, o desconto já pode ocorrer em revendas autorizadas.
Você, inclusive, pode ver as informações completas do benefício, no portal do Governo.
O que o beneficiário deve fazer para não perder o benefício?
Para garantir o recebimento, é importante:
- Manter o CadÚnico atualizado (no máximo 24 meses)
- Conferir se o gás está sendo comprado em revendas credenciadas
- Informar o CPF do responsável familiar no ato da compra
- Guardar o cupom fiscal, caso seja necessário comprovar o desconto aplicado
Importante enfatizar que não é necessário fazer novo cadastro.
O valor que muitos verão como “corte de R$ 100” no Bolsa Família não representa perda do benefício, mas uma mudança na forma de repasse.
Afinal, agora o Auxílio-Gás deixa de chegar através de depósito para se tornar desconto direto no botijão através do Gás do Povo.
Com isso, o benefício deixa de reforçar o saldo mensal, porém garante acesso ao gás de cozinha a preço menor. Algo importante, principalmente para famílias com orçamento apertado.

