VITóRIA DA CONQUISTA, BA — Um estudo recente do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS) revelou que, entre 2012 e 2024, 66,5% dos jovens brasileiros de 7 a 16 anos que recebiam o Bolsa Família conseguiram deixar o programa. Esse dado reflete avanços na mobilidade social, mas também evidencia desafios persistentes.
Em dezembro de 2012, cerca de 15,5 milhões de jovens estavam cadastrados no Bolsa Família. Porém, até 2024, 10,3 milhões (66,5%) conseguiram sair do programa, indicando uma trajetória de ascensão socioeconômica. No entanto, 5,2 milhões (33,5%) permaneceram no programa, sinalizando a persistência de condições de vulnerabilidade social.
Fatores que influenciam o desligamento do Bolsa Família
1. Escolaridade dos Responsáveis
- Famílias com responsáveis mais escolarizados apresentaram maior probabilidade de ver seus filhos saírem do Bolsa Família.
- A educação dos pais é um fator crucial para a mobilidade social, pois influencia diretamente o acesso a melhores oportunidades de emprego e renda.
2. Renda Familiar
- Rendimentos ligeiramente mais altos também aumentaram as chances de desligamento.
- Isso sugere que a melhoria nas condições econômicas da família facilita a transição dos jovens para a independência financeira.
3. Localização Geográfica
- As desigualdades regionais desempenham um papel significativo.
- Regiões como Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentaram taxas mais elevadas de saída do programa, enquanto o Nordeste e a Amazônia Legal registraram maior permanência no Bolsa Família, refletindo vulnerabilidades históricas.
Desafios Persistentes
1. Baixa Escolaridade dos Jovens
- A baixa escolaridade dos jovens aumentou as chances de permanência no Bolsa Família.
- Isso destaca a necessidade de políticas públicas focadas na educação de qualidade para quebrar o ciclo de pobreza.
2. Desigualdade de Gênero e Raça
- Homens apresentaram maior chance de desligamento do que mulheres.
- Além disso, jovens pretos e pardos tiveram maior probabilidade de permanecer na rede de proteção social, evidenciando desigualdades estruturais que precisam ser enfrentadas.
A Importância da Integração de Políticas Públicas
Embora o Bolsa Família seja crucial para garantir condições mínimas de sobrevivência, ele não é suficiente para promover mobilidade social ampla e sustentada.
Assim é necessário integrar políticas de transferência de renda a estratégias que fortaleçam a formação de capital humano e a inserção produtiva dos jovens. Isso inclui investimentos em educação, saúde e geração de emprego.
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