Nada de autismo: veja os verdadeiros riscos do Tylenol

Durante um anúncio nesta segunda-feira (22), Donald Trump afirmou que o uso do Tylenol (paracetamol) na gravidez estaria ligado ao aumento de casos de autismo nos Estados Unidos.

A fala ganhou repercussão internacional, mas especialistas reforçam que não há evidência científica que comprove essa associação.

Em contrapartida, já se conhece bem quais são os riscos reais do medicamento, tanto para o uso comum quanto durante a gestação.

Quais são os riscos confirmados do Tylenol?

O paracetamol é um dos analgésicos e antitérmicos mais utilizados do mundo. Porém, como toda medicação, exige cuidado no uso.

Donald Trump sentado falando sobre o Tylenol
Nada de autismo: veja os verdadeiros riscos do Tylenol ─ Imagem: Reprodução/Daniel Torok
  • Dano ao fígado (hepatotoxicidade): ocorre principalmente em casos de overdose (mais de 4.000 mg por dia em adultos). Situações de jejum prolongado, doenças hepáticas e consumo de álcool aumentam o risco.
  • Reações cutâneas graves: embora raras, já foram registradas reações como síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica, exigindo suspensão imediata do uso.
  • Interação com varfarina: o uso contínuo em doses altas pode alterar a coagulação do sangue, aumentando risco de sangramento.
  • Risco de superdose acidental: muitos antigripais e analgésicos já contêm paracetamol em sua fórmula, o que pode levar ao consumo duplicado sem o paciente perceber.

E o uso do Tylenol na gravidez?

Entidades médicas como o ACOG (Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas) e o NHS britânico reforçam que o paracetamol segue sendo a opção de escolha para gestantes quando há necessidade de tratar febre ou dor.

O consenso é claro: usar a menor dose pelo menor tempo possível, sempre com orientação médica.

Estudos observacionais já levantaram hipóteses sobre ligação entre uso de paracetamol e aumento de casos de TDAH ou autismo. Contudo, estes dados não provam causalidade.

Por outro lado, febre alta na gravidez tem riscos comprovados para o bebê, o que reforça a importância do tratamento adequado.

remédios em capsulas brancas
Veja os verdadeiros riscos do Tylenol ─ Imagem: Reprodução/Pixabay

Quando evitar ou procurar orientação médica?

O uso do Tylenol deve ser evitado ou feito sob acompanhamento em situações como:

  • Doença hepática pré-existente.
  • Consumo frequente de álcool.
  • Uso contínuo de anticoagulantes.
  • Reações alérgicas ou cutâneas anteriores a medicamentos.

Em crianças, também é essencial respeitar a dosagem conforme o peso e não ultrapassar cinco administrações em 24 horas.

Apesar das declarações políticas, a ciência mostra que não há prova de que o Tylenol cause autismo.

Os riscos reais estão ligados a superdose, problemas hepáticos e reações adversas raras, já descritos em bula e monitorados por órgãos de saúde.

Na gravidez, o medicamento continua sendo considerado seguro quando usado de forma responsável.

A recomendação segue simples: sempre consultar um médico, respeitar a dose indicada e evitar a automedicação excessiva.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.