As ações da Natura (NATU3) fecharam a quinta-feira (18) com alta de 16,46%, cotadas a R$ 10,33.
O movimento foi impulsionado pela notícia de que a companhia assinou acordo vinculante para vender a Avon Internacional à gestora Regent.
A transação, aguardada há meses pelo mercado, foi recebida como sinal de simplificação da estrutura do grupo e alívio de riscos.
Uma vez que a operação da Avon fora da América Latina vinha pressionando os resultados da companhia.
Sobre a venda da Avon Internacional
O acordo prevê a transferência da Avon International por um valor simbólico inicial de £1 libra.
Contudo, tem a possibilidade de pagamentos contingentes de até £60 milhões, dependendo do cumprimento de metas e eventos de liquidez futuros.
Vale lembrar que a operação não inclui a Avon Rússia, ainda sob responsabilidade da Natura. Essa exclusão mantém parte da exposição a riscos, mas já representa um passo importante para o grupo reduzir sua complexidade.
Além disso, dias antes, a Natura já havia anunciado a venda da Avon CARD. Esta é a operação de crédito na América Central e República Dominicana, reforçando a estratégia de enxugamento.
Qual foi a reação do mercado e o que vem agora?
Analistas destacaram que a venda da Avon Internacional foi positivamente precificada pelo mercado. Afinal, reduz a pressão sobre o caixa e aumenta a previsibilidade dos resultados.
O desinvestimento também dá mais fôlego para que a Natura concentre esforços em suas marcas mais rentáveis na América Latina.
No entanto, há pontos de atenção:
- os valores adicionais dependem do desempenho futuro da Avon;
- a receita consolidada ainda apresentou recuo em reais no último trimestre;
- a empresa segue exposta a um cenário macroeconômico desafiador para o consumo.
Mesmo com essas ressalvas, a forte alta desta quinta-feira foi um reflexo do alívio de risco e da confiança renovada dos investidores de que a Natura pode retomar crescimento de forma sustentável.