Embraer pode ganhar concorrente árabe no setor de defesa no Brasil

A Embraer, referência mundial da aviação, pode estar prestes a ganhar um novo concorrente no setor de defesa.

O EDGE Group, conglomerado árabe liderado por Hamad Al Marar, já investiu mais de R$ 3 bilhões no Brasil. Há rumores, entretanto, de que ele pretende transformar o país em uma potência exportadora de sistemas militares.

A estratégia inclui a aquisição de participação em duas empresas brasileiras: SIATT e Condor. Além disso, o grupo quer atrair engenheiros locais para desenvolver tecnologias de ponta, no que muitos têm chamado de uma possível “Embraer da defesa”.

Quem é o EDGE Group e por que está no Brasil?

O EDGE Group reúne 35 empresas de defesa e tem sede em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Sua atuação, inclusive, vai de sistemas aéreos a tecnologias não letais.

  • Em 2023, comprou 50% da SIATT, responsável pelo míssil antinavio MANSUP da Marinha do Brasil.
  • Em 2024, adquiriu 51% da Condor, referência mundial em equipamentos não letais como granadas de efeito moral e munições de borracha.

Com essas movimentações, o conglomerado ganhou espaço no setor e sinalizou que o Brasil será parte estratégica do seu crescimento internacional.

A ideia de uma “Embraer da defesa”

O paralelo com a Embraer não é por acaso. Assim como a fabricante brasileira nasceu em São José dos Campos e se tornou líder global em aviação, a EDGE deseja construir uma base sólida no país.

O seu objetivo final, contudo, é exportar sistemas militares de alta complexidade.

Apesar dos custos elevados de produção no Brasil, o grupo acredita na mão de obra especializada e potencial de exportação como sinal para aposta no longo prazo.

Para Hamad Al Marar, o país tem capacidade de ser protagonista em defesa, assim como já é na aviação.

Avião da Embraer no céu azul
Embraer ─ Imagem: Geração/FDR

O que muda para o Brasil?

A entrada da EDGE, sem dúvida, deve trazer reflexos importantes:

  • Geração de empregos de alta tecnologia, especialmente para engenheiros.
  • Mais competição e inovação no setor de defesa nacional.
  • Projeção internacional, colocando o Brasil na rota de exportação aeroespacial e militar.

Como ficam as perspectivas diante de uma “Embraer de defesa”?

Ainda distante do porte da Embraer, o EDGE Group aposta em investimentos consistentes e de longo prazo. Se o plano avançar, o Brasil poderá abrigar duas referências globais: uma na aviação civil e outra no setor de defesa.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.