Em 2025, o Brasil tem ao menos 77 milhões de pessoas inadimplentes, conforme apontam dados da Serasa Experian. Mas juntos este número, também há um crescimento do uso do crédito consignado.
Mas a modalidade está deixando de ser uma solução pontual para se tornar ferramenta de sobrevivência financeira.
“Estamos à beira do abismo. A dívida corrói emoções e influencia decisões, muitas vezes tomadas sob pressão psicológica e financeira”.
Este é o alerta da advogada Renata Abalém, especialista em Direito do Consumidor.
Não caia na armadilha do consignado
Para você ter uma ideia, apenas o consignado para CLT, um lançamento recente, já movimentou R$ 80 bilhões, o equivalente a 64% da meta anual.
E o dado mais preocupante: quase um terço dos brasileiros com carteira assinada possui um consignado ativo. Os dados são da pesquisa Datafolha e também incluem pessoas com aposentadoria.
“Esse tipo de crédito vem sendo usado não só para reorganizar dívidas, mas para cobrir despesas básicas do mês. Virou instrumento de sobrevivência, e não de planejamento”, explica Renata.
Para evitar arrependimentos, ela recomenda sempre fazer um diagnóstico financeiro antes de assumir qualquer contrato. “Crédito não é milagre. É dívida”, resume assim, a advogada.
Assédio aos trabalhadores CLT
Na prática, as regras de proteção ao consumidor estão longe de serem cumpridas, por isso é preciso redobrar atenção. Segundo, Renata:
“Não são raros os relatos de descontos inesperados e falta de clareza nos juros, indicando que as instituições não estão informando adequadamente.
As simulações e a apresentação do Custo Efetivo Total (CET) são exigidas por lei, mas muitas vezes não são bem explicadas aos consumidores”.
Mais grave ainda é o assédio comercial realizado sobre o brasileiro.
“Trabalhadores e aposentados são bombardeados por ligações, mensagens, e até visitas oferecendo crédito consignado. Isso caracteriza uma violência financeira, especialmente contra pessoas vulneráveis, como idosos e pessoas de baixa renda”.
Além disso, destaca o impacto dessa prática: “O assédio constante pode levar à contratação sem necessidade, sem avaliação das consequências e, pior, sem entender os termos”.
É importante ter cuidado com limite frente ao crédito consignado
O limite legal de 35% da renda comprometida com empréstimos consignados, e se soma a 5% adicionais para cartão consignado.
Aqui está o código recomendador adaptado com base na URL que você forneceu:
No entanto, isso não tem funcionado como proteção real na prática do dia a dia. Ainda menos resolve o problema do endividamento, mas ao contrário, conforme a especialista.
“Na prática, vemos famílias com até 90% da renda comprometida em dívidas. É uma matemática irreal. Em vez de proteger, esse teto tem contribuído para o superendividamento”.
Renata Abalém defende uma atuação mais rígida dos órgãos reguladores, como Banco Central, Procons, Ministério da Justiça e até o Judiciário.
“Precisamos de regras mais duras contra o assédio comercial, com punições para instituições abusivas; fiscalização mais eficaz sobre a clareza das informações; e campanhas de educação financeira focadas em aposentados e trabalhadores CLT de baixa renda”.
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Saiba como se proteger
- Oferta agressiva: não aceite ligações ou mensagens insistentes. Denuncie ao Procon e bloqueie o número.
- Juros e CET mal explicados: exija que todos os valores e taxas sejam detalhados. Se não entender, não assine.
- Comprometimento da renda: nunca comprometa mais de 30% da renda, mesmo que a lei permita mais.
- Uso para consumo: use apenas para quitar dívidas com juros mais altos ou investir. Evite usar para pagar contas básicas.
- Simulação superficial: peça simulações em diferentes prazos e valores e analise com calma os valores.
- Assinatura por impulso: faça um diagnóstico financeiro antes. Busque ajuda especializada se necessário.
Desse modo, você pode utilizar o crédito consignado quando realmente precisar, evitando comprometer sua renda por simplesmente querer ‘dinheiro na hora’.