Novo ingrediente proibido pela Anvisa: veja quais cosméticos podem ser afetados

ARAGUARI, MG — A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltou a ganhar os holofotes ao proibir a utilização de novos ingredientes em produtos comercializados no Brasil, principalmente em cosméticos e suplementos alimentares. Em mais uma medida preventiva, a agência vetou o uso da planta ora-pro-nóbis em suplementos, além de manter a proibição do fenol em procedimentos estéticos. 

Novo ingrediente proibido pela Anvisa: veja quais cosméticos podem ser afetados. Imagem: O Antagonista

A decisão afeta diretamente empresas do setor de beleza, bem como consumidores que utilizam esses produtos com frequência. A atuação da Anvisa busca garantir a segurança da população, já que ingredientes sem comprovação científica suficiente quanto à sua segurança ou eficácia podem representar riscos à saúde. 

A agência também tem sido rigorosa com pomadas modeladoras e outros cosméticos que apresentem substâncias não autorizadas em sua composição, como mostra uma série de proibições recentes.

Por que a Anvisa proibiu o ora-pro-nóbis?

Apesar de ser bastante conhecido na alimentação natural e fitoterapia, o ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata) não está autorizado como constituinte de suplementos alimentares. A planta é rica em fibras e proteínas, mas sua inclusão em suplementos esbarra na falta de estudos que atestem sua segurança e eficácia em cápsulas ou pós concentrados.

Segundo nota técnica da Anvisa, a planta “não consta na lista de novos alimentos e ingredientes autorizados”, o que significa que seu uso em suplementos não foi previamente avaliado. Isso não impede seu consumo in natura ou como alimento, mas veta sua comercialização em forma de suplementos industrializados.

Fenol: um risco confirmado pela Anvisa

Outro ingrediente que permanece proibido é o fenol, usado em procedimentos estéticos, especialmente para peeling profundo. A Anvisa reforçou recentemente que o uso do fenol em clínicas de estética está vetado por não haver evidências suficientes de segurança para esse fim.

O alerta foi intensificado após a morte de um empresário em São Paulo após um procedimento estético com o uso de fenol, o que levou a agência a proibir a prática de forma mais rígida. Além dos riscos imediatos como queimaduras, o fenol pode provocar reações graves e até falência de órgãos se absorvido em grandes quantidades pelo corpo.

Quais cosméticos podem ser afetados?

Com as novas restrições, diversos tipos de cosméticos podem ser afetados:

  • Pomadas para modelar ou fixar cabelos;

  • Peelings e cremes com ação profunda (principalmente os que usavam fenol);

  • Suplementos em cápsula contendo extratos vegetais não autorizados, como o ora-pro-nóbis;

  • Produtos manipulados em clínicas de estética sem registro sanitário.

Os fabricantes terão que reformular produtos ou apresentar estudos que comprovem a segurança dos ingredientes usados, caso queiram manter os produtos no mercado.

Alternativas seguras

Para consumidores, a orientação é clara: utilizar apenas produtos regularizados e registrados pela Anvisa. Produtos com número de registro visível, vendidos em estabelecimentos confiáveis e com composição clara são mais seguros.

Quanto a alternativas ao ora-pro-nóbis, ingredientes como espinafre, couve e feijão podem substituir seu valor nutricional na alimentação, e suplementos com proteína vegetal aprovados pela Anvisa são opções seguras. Para procedimentos estéticos, é fundamental procurar clínicas licenciadas e profissionais qualificados, que utilizem apenas substâncias autorizadas pela agência.

 

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.