O que acontece se você jogar papel higiênico no vaso no Brasil? Veja o alerta

Você tem o hábito de jogar papel higiênico no vaso sanitário? Em uma cidade do interior paulista, essa dúvida surgiu em uma roda de conversa entre amigos que voltaram de viagem ao exterior. Nos Estados Unidos e em diversos países europeus, o descarte direto no vaso é comum e até esperado. Por aqui, no entanto, a realidade é bem diferente.

O que acontece se você jogar papel higiênico no
vaso no Brasil? Veja o alerta. (Imagem: Pixabay)

Em outra cidade do interior paulista, uma moradora precisou lidar com um entupimento no banheiro de casa ao adotar esse hábito. O episódio serviu de alerta para muitos: por que o que é considerado normal em outros países pode causar transtornos sérios no Brasil?

Papel higiênico brasileiro 

Um dos principais fatores que explicam a diferença de comportamento está na composição do papel higiênico nacional. Ao contrário dos produtos fabricados em países como França, Espanha e Canadá, os papéis brasileiros costumam ser mais resistentes, especialmente os de folha dupla ou tripla. Essa resistência, embora garanta conforto no uso, dificulta a desintegração quando em contato com a água e pode obstruir a tubulação.

Especialistas em saneamento explicam que o papel feito no Brasil muitas vezes contém aditivos que aumentam sua durabilidade mesmo quando molhado, o que atrapalha seu caminho pelas redes de esgoto. Em testes de laboratório que simulam o trajeto nos canos, papéis importados se desintegraram muito mais rápido do que os nacionais.

Além da qualidade do papel, a infraestrutura sanitária brasileira também tem limitações importantes. Mesmo em áreas urbanas, não é raro encontrar sistemas antigos ou mal planejados, com encanamentos estreitos e curvas que dificultam o escoamento. Enquanto em países desenvolvidos o diâmetro padrão das tubulações é de 150 mm, no Brasil esse número é de apenas 100 mm em muitos projetos.

Esses detalhes tornam o sistema mais suscetível a entupimentos quando materiais de baixa solubilidade são descartados, como o papel higiênico nacional. Até mesmo nas estações de tratamento, quando o papel chega sem se desintegrar, pode acabar gerando obstruções.

Quem traz outra dica de limpeza é  a especialista Marina Costa, colaboradora do FDR, com um produto que promete ser o único item para lavar o banheiro.

Jogar no vaso ou na lixeira?

Do ponto de vista sanitário, especialistas afirmam que o ideal seria descartar o papel diretamente no vaso sanitário, pois isso evita que outras pessoas entrem em contato com resíduos potencialmente contaminados. No entanto, dadas as limitações estruturais do país, a prática recomendada ainda é usar a lixeira ao lado do vaso, especialmente em imóveis mais antigos ou com encanamento duvidoso.

O descarte direto no vaso pode ser mais seguro apenas em construções mais recentes, com redes modernas de esgoto e tubulações mais largas. Fora desse cenário, o risco de entupimento é real.

E se entupir?

Caso o vaso fique obstruído, o primeiro recurso deve ser o desentupidor tradicional. Se o problema persistir, o ideal é buscar a ajuda de um profissional hidráulico para evitar danos maiores. O uso de produtos químicos deve ser feito com cautela, pois podem agredir a tubulação.

No fim das contas, o que parece uma simples escolha no banheiro pode virar um problema estrutural e até financeiro. Avaliar a infraestrutura da casa e a qualidade do papel que se utiliza é o primeiro passo para evitar dores de cabeça.